São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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Roleta gaúcha

Feito interventor de Getúlio Vargas no Rio Grande do Sul, depois da Revolução de 30, Flores da Cunha tinha um fraco por jogos de azar. Chegou a patrocinar um cassino no Potreiro da Várzea, onde aconteciam as corridas de cavalos –outra paixão sua.
Certa vez, um paulista de passagem pelo Rio Grande foi admitido na mesa de pôquer do interventor. O general começou a perder muito dinheiro e a sorte não mudava.
Mais uma rodada se fechava e o forasteiro desceu uma quadra. Flores da Cunha baixou suas cartas, que não formavam qualquer combinação conhecida. O paulista fez menção de apanhar o dinheiro da mesa, mas o general se antecipou:
– Isto que eu baixei é um jogo aqui do Sul. Chama-se farroupilha e bate todas as combinações.
O forasteiro olhou para as armas do oponente e calou-se. Dali em diante a sorte mudou e só Flores da Cunha vencia. Desesperado, o paulista deu a última cartada. Baixou um jogo qualquer e bradou:
– Farroupilha!
Novamente foi interceptado pelo general:
– Esqueci de te contar que o farroupilha só vale uma vez...

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