São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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Show do Sepultura 'derruba' Olympia

Primeiros fãs chegaram na segunda

MARCEL PLASSE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Foi o show mais pesado da história do Sepultura. Bateu todos os shows de bandas metal que já aconteceram no Olympia.
O show do Sepultura ontem começou com bastante atraso, às 22h15. As portas do Olympia abriram às 19h45 quando a banda de abertura Korzus terminava de testar o som.
Quando as portas se abriram, a fila de pessoas com ingresso dava a volta completa na quadra do Olympia. Os mais próximos da portaria chegaram às 19h da segunda-feira.
O grupo Ratos de Porão, da mesma gravadora do Sepultura –a Roadrunner–, deveria fazer o show de abertura, mas não pôde comparecer. Os "ratos" estão realizando shows na Espanha.
Houve tumulto quando as portas se abriram. "Só empurra-empurra", segundo o capitão Zácara, da 1ª Companhia do 4º Batalhão da Polícia Militar.
Dois adolescentes foram detidos antes das portas se abrirem. Um estava embriagado e o outro trazia um soco inglês, de acordo com a PM.
Os camelôs que vendiam cerveja foram afastados da quadra do Olympia. "O guarda já quer me arrancar daqui", dizia um camelô que só se identificou como Mauro.
Ele estava numa esquina da quadra do Olympia. Só era permitida a venda de refrigerante e água mineral.
O Juizado de Menores fixou a censura do show em 16 anos. A produção, Water Brothers, pediu liberação para 12 anos, mas não foi atendida.
O show de abertura da Banda Korzus começou as 20h36 com a música "Pray for life". Ainda havia ingressos à venda.
O público reagiu positivamente ao show do Korzus. A platéia agitava-se num mar nervoso de "slam dancers"(pessoas que fazem violenta dança heavy-metal, que consiste em chutes e empurrões).
Foi a consagração do Korzus, cujo guitarrista usava uma camiseta do Sepultura.
Todos os ingressos de pista foram vendidos: 4.000 pessoas. Os camarotes estavam vazios. O público que veio ao show não fazia a linha "yuppie".
Os fãs trouxeram e agitaram as polêmicas bandeiras do Brasil com o S (do Sepultura no lugar do "Ordem e Progresso", que é o símbolo adotado pelo fã-clube no país.
Antes de o Sepultura entrar no palco só havia sido registrado um desmaio.
O show do Sepultura começou com um solo de bateria de Igor Cavalera, introduzindo a música "Refuse Resist". A segunda música foi o hit "Territory".
Até quem estava fora do Olympia dançou –cerca de 500 pessoas faziam vigília do lado de fora.
Todos os integrantes das principais bandas de heavy-metal de São Paulo estavam presentes ao show. Era um público basicamente masculino.

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