São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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República da Dança estréia em maio

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A estrutura do mais novo grupo de dança brasileiro é de dar inveja até em bailarinos e coreógrafos nova-iorquinos, que hoje enfrentam agruras como falta de patrocínios e aluguéis de estúdios a preços altíssimos.
Com direção artística de Gabriela Machline e Ana Mondini, o recém-fundado República da Dança ensaia desde fevereiro no salão de 160 m2 de sua sede no Brooklyn e, se ainda não tem patrocinador fixo, está bem assessorado para conquistar um ou vários.
Certamente, é o único grupo de dança do Brasil que conta com o apoio de uma agência de publicidade –a DM9, uma das mais prestigiadas do país, além de um escritório de contabilidade (o JRM), especializado em leis e incentivos fiscais dirigidos à cultura.
Para completar, o República da Dança conseguiu reunir em seu elenco alguns dos melhores bailarinos que trabalham em São Paulo.
Prometendo conquistar repercussão no Brasil e no exterior, o grupo está disposto a convidar estrelas internacionais para formar seu repertório.
Já estão na lista as americanas Twyla Tharp e Bebe Miller, a francesa Maguy Marin e o israelense Ohad Naharin. "Já fizemos contato com Twyla, que está animada com a idéia", diz Gabriela.
Neste ano, Twyla estaria disponível para trabalhar em junho com o grupo. A confirmação depende de patrocínio, que poderia ter vindo da Sid Informática, empresa que chegou a ser anunciada como mecenas do grupo, mas que acabou desistindo.
Confiando no futuro, o República da Dança estréia dia 10 de maio, no Teatro Municipal, como uma das atrações do 4º Festival Internacional de Artes Cênicas.
Em seu primeiro espetáculo, o elenco dança "Forró for All", de Ana Mondini, que também é coreógrafa-residente do grupo.
Inspirada na música de Luiz Gonzaga, a coreografia tem figurinos de Reinaldo Lourenço, cenários do artista plástico Tuneu e iluminação de Guilherme Bonfanti.
Como as companhias bem-sucedidas do mundo, o República da Dança assumiu o caráter empresarial da atividade artística. "Queremos profissionalismo em todos os níveis", afirma Gabriela.
Num país em que a dança possui apenas um grupo com prestigio internacional –o Corpo, de Belo Horizonte– o República da Dança é promessa bem-vinda.
"Como diz o nome do grupo, queremos formar uma comunidade aberta ao intercâmbio total, onde possam conviver as tendências mais expressivas geradas no Brasil ou no Exterior", explica Gabriela.

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