São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Lula quer ter Bisol como vice na chapa

EUMANO SILVA

Candidato diz a senador que indicação é 'unânime' dentro PT; PSB faz consulta interna para oficializar candidatura

O senador José Paulo Bisol (PSB-RS) será o candidato a vice-presidente na chapa do virtual candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula comunicou a escolha a Bisol durante café da manhã na residência do senador.
"Dentro do PT a indicação do seu nome é unânime", afirmou Lula a Bisol. A oficialização ainda depende do resultado final de uma consulta feita no PSB.
Dos primeiros 17 diretórios estaduais do PSB consultados, 16 optaram por Bisol. O único contra foi o diretório de Minas Gerais, que indicou o vice-prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro.
Bisol foi o companheiro de chapa de Lula na eleição presidencial de 1989. Lula nunca escondeu sua preferência por manter Bisol como vice também nessa eleição.
Ontem, o virtual candidato do PT levou Bisol para sentar ao seu lado durante a abertura do 9.º Encontro Nacional do PT. Depois de Lula, Bisol foi o mais aplaudido.
Durante o café da manhã, Bisol apresentou a Lula documentos sobre suas dívidas junto ao Banco do Brasil. Foi uma resposta às acusações feitas anteontem pelo deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE).
Fiuza afirmou que Bisol havia superfaturado o valor de suas terras para conseguir financiamento e que tinha dívidas atrasadas. Bisol afirma que tem três financiamentos para investimentos e custeio de suas fazendas, mas que todos os pagamentos estão em dia.
Os financiamentos somam, segundo Bisol, US$ 351 mil. Anteontem Lula já havia dito que confia mais na palavra de Bisol do que na de Fiuza.
Bisol disse a Lula que vai enviar à Procuradoria da República os resultados de auditorias que mandou fazer no Banco do Brasil e na Receita sobre suas dívidas e sua situação fiscal.
A intenção de Bisol é rebater todas as críticas que lhe forem feitas. Ele disse que vai nomear um advogado para entrar na Justiça com processo civil e criminal sempre que lhe forem feitas acusações.
No caso de Fiuza, ele não vai processar devido à imunidade parlamentar do deputado.
Bisol é juiz de carreira. Ele iniciou sua carreira política em âmbito nacional em 86, ao ser eleito senador pelo PMDB. Passou para o PSDB e, depois, para o PSB. Ganhou destaque nas investigações de dois dos maiores escândalos do país –o Collorgate e o desvio de verbas do Orçamento.

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