São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Condenação é comemorada

ANDRÉ LOZANO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A sala do Tribunal do Júri ficou lotada por 200 pessoas durante todo o julgamento do ex-policial José Ubiratan Matos Ubirajara.
Estavam presentes parentes dos irmãos Canuto, atores e representantes de entidades internacionais de Defesa dos Direitos Humanos.
Ubirajara permaneceu durante todo o julgamento de cabeça baixa, olhando fixamente para um detalhe em madeira no pé da mesa da juíza Yvonne Marinho.
Ele só levantou a cabeça quando respondia às peguntas da juíza. A pedido da juíza, Ubiratan vestiu, por baixo da camisa, um colete a prova de balas.
Assim que a juíza declarou a sentença, algumas pessoas começaram a cantar o Hino Nacional. Menos de um minuto depois, a pena de 50 anos foi comemorada por uma salva de palmas.
Orlando Pereira Canuto, sua mãe Geraldina Pereira de Oliveira e o irmão mais novo dos Canuto se abraçaram. "Vim aqui para pedir Justiça. A gente espera que os outros assassinos sejam julgados, senão eles vão continuar matando trabalhador", disse Geraldina.
A atriz Cristina Pereira e os atores Sérgio Mamberti e Antônio Grassi também se abraçaram.
Fora do tribunal estavam 150 lavradores que viajaram de Rio Maria para Belém para assistirem ao julgamento.

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