São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Solanas diz que chegou a vez da esquerda na AL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cineasta argentino Fernando Pino Solanas, 58, trocou a câmera pela Câmara. Há um ano deputado pela Frente Grande, dissidência do peronismo, Solanas não filma desde "El Viaje", de 1992.
Casado com a atriz brasileira Ângela Correia, o político acompanha a sucessão presidencial no Brasil, e acha que chegou a vez da esquerda na América Latina.
Folha – Como é possível conciliar cinema com política?
Solanas – Desde que me meti nisso, há três anos, não concilio. A política absorve tudo, necessita de um esforço enorme.
Folha – Quando o senhor volta a filmar?
Solanas – Só quando deixar de fazer política. Tenho que cumprir meu mandato responsavelmente.
Folha – É mais difícil fazer política ou filmes?
Solanas – É diferente. Como na América Latina temos que ser produtores e organizadores dos nossos filmes, posso dizer que cinema dá muito trabalho.
Folha – O que a Frente Grandee o PT tem em comum?
Solanas – A força democrática e popular, que nasce como uma união de distintos setores de oposição ao projeto liberal.
Folha – O que representaria um vitória de Lula?
Solanas – A vitória da esquerda no maior e mais potente país da América Latina teria repercussão internacional.
Folha – O senhor concorda quando se diz que chegou a vez da esquerda na AL?
Solanas – Sim. Na Venezuela já é maioria. Na Argentina a Frente Grande é a terceira força nacional e ganhamos na capital federal.

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