São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994 |
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País deve negociar com todos os blocos
CLÓVIS ROSSI; JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
País deve negociar com todos os blocos Se todos os problemas brasileiros se resumissem à questão internacional, o eleitor poderia escolher seu candidato aleatoriamente, pos todos defendem um mesmo caminho para a inserção internacional do país: manter e/ou aprofundar o multilateralismo que tem caracterizado o setor nas últimas décadas. Por multilateralismo, entenda-se fazer negócios de importação e exportação com todas as regiões do planeta. Esta situação já existe hoje conforme os números apontados pelo embaixador Rubens Ricupero, ministro da Fazenda. O Brasil tem cerca de 30% de seu comércio com o conjunto de países da União Européia, 18% com a América Latina, 20% com os EUA. Japão e Ásia fecham o círculo, com cerca de 17%. Todos os principais partidos defendem a manutenção desse esquema. "Apoiamos a multilateralismo, até porque colocar todos os ovos na mesma cesta não é uma boa opção", afirma, pelo PPR, o deputado federal Fetter Júnior, presidente da Fundação Milton Campos, órgão de estudos do partido. O PT pretende manter "a multilateralidade econômica e política", informa Marco Aurélio Garcia, coordenador do programa do governo petista. "Explorar e aprofundar nossa posição de país que desenvolveu uma rede complexa e multilateral de relações comerciais e financeiras", promete Orestes Quércia, um dos candidatos à prévia que indicará quem vai disputar a eleição presidencial pelo PMDB. Outro pré-candidato peemedebista, o ex-presidente José Sarney, tem posição semelhante e vai até mais longe: vincula a inserção internacional do país à solução dos problemas internos. Tasso Jereissati, que falou em nome do PSDB, apela para o pragmatismo como explicação para a sua defesa do multilateralismo. África O PDT, embora defenda "uma relação internacional ampla", pretende cravar como "absoluta prioridade" o relacionamento com os países subdesenvolvidos, em especial os da América Latina e da África. Outro pré-candidato do PMDB, o ex-governador paranaense Roberto Requião também dá clara prioridade: no caso, ao Mercosul. Outra absoluta coincidência entre os diversos candidatos é a pregação pelo aumento da participação brasileira no comércio mundial. "Em 1980, exportávamos US$ 22 bilhões ao ano, US$ 2 bilhões mais do que a Coréia. Hoje, a Coréia exporta US$ 70 bilhões", exemplifica Quércia. Fetter Júnior, do PPR, aponta caminho idêntico, ao dizer que seu partido pretende dobrar as exportações de produtos brasileiros. Flávio Rocha, do PL, diz que a participação do comércio exterior no PIB deve crescer dos atuais 12% para cerca de 20% com a implantação do Imposto Único. Texto Anterior: Tamanho do Estado é a principal divergência Próximo Texto: 'Brasil não deve se fechar no Mercosul' Índice |
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