São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Ministério da Fazenda dita política agrícola

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SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

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Ministério da Fazenda dita política agrícola
Quem dá as cartas na política agrícola brasileira? Na queda de braço entre as diversas esferas do Poder Executivo, Congresso Nacional, lideranças rurais e agroindústria, sai ganhando hoje o Ministério da Fazenda.
Esta foi a conclusão do trabalho "Determinantes Políticos" da Política Agrícola: um estudo de atores, demandas e mecanismos de decisão", coordenado pelo cientista político Bolívar Lamounier e publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
"A maior força atual, com tendência à expansão, é a área econômica federal", diz Lamounier. "Sua principal fonte de poder é a necessidade, prioritária, de controlar a inflação."
O Congresso Nacional é apontado como uma instituição com poder em expansão neste tabuleiro. Como exemplos, há os fatos recentes de passar a aprovar o Orçamento da União e a definição da lei agrícola.
Lamounier lembra, no entanto, que deficiências do próprio Legislativo reduzem seu cacife como produtor de políticas para o setor. "Nem a bancada ruralista constitui um grupo capaz de atuar de forma coordenada ou compacta."
Os representantes do agrobusiness, cadeia responsável hoje por mais de 30% do PIB nacional, vêm conquistando maior influência nas decisões da política agrícola.
Ainda têm poder em expansão os governos estaduais e as secretarias de agricultura.
Com poder, mas em posição declinante, está o Banco do Brasil. As causas desta retração são a falta de recursos, a perda de prestígio e sua associação com o clientelismo, diz o professor Lamounier.
Também está em queda o poder do Ministério da Agricultura que mesmo com o apoio dos produtores rurais, teve seu espaço reduzido pela área econômica.

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