São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Palmeiras teme revolta da torcida contra o afastamento de Edmundo

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória contra o São Paulo hoje à tarde é o melhor caminho para o Palmeiras evitar uma crise.
Além de garantir uma folga na classificação, o resultado ratifica a decisão dos dirigentes em afastar o meia Edmundo.
O jogador foi suspenso por tempo indeterminado e também multado em 40% de seu salário de US$ 20 mil (CR$ 25,2 mi) por ter reclamado com o técnico Wanderley Luxemburgo.
O lance aconteceu aos 28min do segundo tempo do jogo contra o São Paulo, quarta-feira passada, quando o treinador substituiu Edmundo por Edílson.
Como queria mostrar-se bem para ganhar uma vaga na seleção brasileira, Edmundo revoltou-se. Criticou o treinador, que tentou o revide ainda no campo.
A suspensão teve o apoio dos jogadores. Eles temem, porém, uma reação negativa da torcida no clássico.
"É inevitável que vão gritar o nome do Edmundo se o time jogar mal ou não conseguir vencer", disse o meia Zinho.
"Isso só nos vai atrapalhar. Os torcedores têm que prestigiar quem está jogando pelo Palmeiras e não em quem só pensou em si", comentou o jogador.
Com a saída de Edmundo, Luxemburgo teve duas opções de substituição. Para um jogo mais forte na marcação, pode escalar Amaral. Se optar por um ataque rápido, escolhe Edílson.
A decisão será tomada momentos antes do jogo. O treinador não esconde, porém, sua preferência por Edílson.
"O time já está acostumado a esse esquema, em que o Rincón desce para o ataque, ajudar Evair e Edílson na frente", disse Wanderley Luxemburgo.
Para o técnico o time foi quase perfeito, na quarta-feira. "Houve objetividade nas jogadas e determinação na marcação. Só faltou simplicidade", disse.
Luxemburgo apontou a deficiência ao rever o teipe do empate com o São Paulo. Segundo o treinador, os jogadores exageraram nos toques antes de tentar o gol.
Como o foco do problema foi identificado na "egoista atuação de Edmundo", segundo o meia Mazinho, o Palmeiras pretende tocar mais a bola.
"Esse é o problema do time", observou o meia Rincón. "Muitas vezes, eu passo a bola, mas não recebo de volta."
O zagueiro Antônio Carlos acredita também que o São Paulo não vai repetir a atuação passada.
"O Telê Santana deu uma forte bronca no time e sabemos que isso vai refletir diretamente no campo", disse Antônio Carlos.
"Ou seja, eles vão aumentar a marcação no meio e tentar sempre o contra-ataque, que é sua principal arma", comentou.
(UB)

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