São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Nixon elogia o Brasil em seu último livro

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

No seu livro póstumo, que chegará às livrarias dos EUA nesta semana, o 37º presidente americano, Richard Nixon, fez referências positivas ao Brasil.
Ao analisar o "mundo em desenvolvimento", Nixon elogiou a "notável virada econômica" brasileira na década de 90.
"O Brasil ainda tem problemas formidáveis, mas com seu melhor panorama econômico atual, tem o potencial de se tornar um caso econômico exemplar para o resto da América Latina", afirmou Nixon no livro cujos originais tiveram circulação restrita em Washington durante a semana.
Na década de 70, ao receber o então presidente brasileiro Emilio Garrastazu Médici na Casa Branca, Nixon provocou ressentimentos entre autoridades argentinas e mexicanas com sua frase: "Para onde se inclinar o Brasil, se inclinará o resto da América Latina".
Ele descartou a expressão Terceiro Mundo, que considera obsoleta, ao tratar dos países da América Latina, África e Ásia no livro.
"A experiência recente mostrou que democracia apenas não é suficiente. Nos anos 80, 12 países na América Latina passaram de ditadura para democracia. Mesmo assim, o PNB da América Latina caiu nesse período porque os líderes democraticamente eleitos não abandonaram políticas populistas", afirmou.
"Uma excitante nova história está se escrevendo nos anos 90", disse ao citar o Brasil entre os países que adotaram políticas de livre mercado "que produzem substancial crescimento econômico".
Nixon fez menção específica ao governo de Itamar Franco, creditando a ele "ter aberto a porta à reforma econômica". Registrou o crescimento de 4% do PNB do país em 1993 e o aumento das exportações para os EUA.
Segundo ele, a "próxima geração de histórias de sucesso" entre os países em desenvolvimento (depois da dos "tigres asiáticos"), será escrita pelos "três gigantes altaneiros": Índia, Brasil e Indonésia.
No livro "Além da Paz" ("Beyond the Peace", editora Random House), Nixon afirmou que "pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, as nações do mundo em desenvolvimento têm chance real de quebrar o ciclo da pobreza e da instabilidade política".

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