São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994 |
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Expedição cruza selva em "rodovia de lama"
JOSÉ CARLOS CHAVES
A viagem também serviu para mostrar o precário estado de uma das mais importantes rodovias federais da região Norte. Praticamente todo o trecho localizado no Estado do Pará não é pavimentado e não tem conservação. Na época da chuva (de outubro a janeiro), a estrada fica intransitável para carros comuns. A Cuiabá-Santarém transforma-se numa "rodovia de lama", cruzando uma das regiões mais esquecidas do país. Por este cenário, Veículos acompanhou a expedição durante os 11 dias de percurso entre Santarém e São Paulo. A parte mais difícil da jornada foi durante os oito dias pela Cuiabá-Santarém. Foram cerca de 3.800 km, 1.100 km longe do asfalto. Além da Cuiabá-Santarém (conhecida também como Transgarimpeira), o roteiro incluiu a Transamazônica. Diariamente o comboio se deparava com atoleiros. Muitos deles somente foram vencidos porque todos os veículos eram 4x4 (com tração nas quatro rodas) e estavam equipados com guincho. Mesmo assim, ainda foi necessário o auxílio do caminhão de apoio Mercedes-Benz Unimog, que ajudou a desatolar até os famosos jipes ingleses Land Rover. O pior trecho de lama –de cerca de 300 m, no terceiro dia de viagem– demandou cinco horas. Até mesmo um inatolável "trairão", veículo militar 6x6 (com seis rodas motrizes), encalhou. Isso ocorreu no mesmo dia em que a travessia de uma ponte levou sete horas. Total percorrido no dia inteiro: intermináveis 15 km. A média de velocidade era tão baixa que o comboio chegou a ser ultrapassado por pessoas que faziam o percurso a pé. Os jipes passavam pelos caminhantes e, no atoleiro seguinte, eles tomavam a frente da caravana. Essa "corrida de tartarugas" durou dois dias, até os jipes superarem a pior parte da estrada. Como as hospedagens de beira de estrada são raras e o tráfego, mínimo, a solução era acampar no meio da rodovia. O péssimo estado da estrada atrasou a expedição além do esperado. Isso fez com que o trajeto, que passaria pela reserva indígena do Xingu, fosse alterado. O grupo era monitorado a cada hora via satélite. Um sistema de comunicação, chamado Rodosat, mantinha o contato dos 33 integrantes com a civilização. Participaram empresários, fazendeiros e jornalistas, além de André Azevedo e Klever Kolberg, pilotos do Rali Paris-Dacar. O jornalista José Carlos Chaves viajou a convite da Guinchos Warn. LEIA MAIS sobre a expedição na pág. 8-3. Texto Anterior: Pinguelas caídas atrasam comboio Próximo Texto: XR 200R tem boa aceleração e é indicada para o uso em trilhas Índice |
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