São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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Esquerda radical sofre derrota
CARLOS EDUARDO ALVES
Foi a corrente "Na Luta PT" (extrema esquerda) quem, por exemplo, propôs a sindicalização dos militares. "Nós temos que saber a hora de produzir esse direito elementar dos soldados, mas não é hora ainda", respondeu José Dirceu para derrubar a idéia. Se o grupo mais radical saiu arranhado, a outra ponta do espectro petista conseguiu escapar do gueto que havia sido planejado pelas tendências majoritárias do PT (de esquerda e extrema esquerda). O grupo do deputado José Genoino, a "Democracia Radical", com apenas 10% dos convencionais, conseguiu pegar "caronas" em algumas disputas do "centro" petista (tendência "Unidade na Luta") contra a extrema esquerda. O fato político mais relevante foi a sucessão de vitórias impostas pela união da ala esquerda do PT, liderada por Rui Falcão (desde ontem o novo presidente do partido), com o "centro" petista. A junção momentânea dos dois grupos, que até 93 dirigiam juntos o PT, assegurou o isolamento dos radicais. Lula temia que a falta de união de alguns grupos poderia abrir caminho para torná-lo totalmente refém da ultra-esquerda. Um acordo entre Lula e Falcão decidiu que as decisões operacionais de campanha continuarão nas mãos do grupo próximo a Lula. A direção do PT dará o suporte para a campanha de rua do agora candidato oficial do partido, mas o poder de decidir ficará com Lula. O embate com o partido será evitado por Lula, que acha que terá liberdade para tocar sua campanha. Falcão quer desvincular sua imagem de líder da corrente "Opção de Esquerda" ("esquerda" no campo político do partido). "Vou manter minhas convicções, mas agora terei que agir como moderador nos casos de conflito", disse. Lula convidou o deputado José Genoino para participar do comando político de sua campanha. Todas as outras correntes estevam representadas na coordenação. Texto Anterior: Petistas querem coalizão com PDT Próximo Texto: Tendências dividem comando da campanha Índice |
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