São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Torcedores cercam o edifício dos pais

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fãs de Ayrton Senna cercaram a porta do edifício onde mora a família do piloto assim que foi anunciada oficialmente a sua morte, ontem, no início da tarde.
Cerca de 200 pessoas (segundo cálculo da Polícia Militar) se concentraram diante da moradia da família na tentativa de obter maiores informações sobre a chegada do corpo do piloto a São Paulo.
Tamar Dvora Aron, 22, era moradora do mesmo prédio da família de Senna. "Mudei há cinco meses, mas vivia telefonando para o porteiro para saber quando o Senna estava no prédio. Sempre quis um autógrafo dele e um dia consegui", disse Tamar. "Só fiquei triste porque a foto que tirei ao lado dele acabou não saindo", afirmou.
Segundo o porteiro do edifício, Gervásio Ferreira, "Senna sempre foi muito gentil com todos os funcionários do prédio. Perdi uma grande pessoa", afirmou Ferreira.
João Bezerra de Menezes, funcionário de um prédio da vizinhança, não conteve as lágrimas. "A Fórmula 1 acabou para mim. Ayrton era o melhor, o maior de todos", disse Menezes.
Também emocionado estava o engenheiro Adriano Malatrasi, 30. Dizendo-se fã incondicional do piloto, ele esteve nas imediações do edifício acompanhado de seu filho, Marco Antonio, 3.
O garoto vestia um macacão com as cores da Williams e o boné de Senna. "Foi a minha forma de homenagear o piloto brasileiro", disse Malatrasi.
Cerca de 30 homens da Polícia Militar isolaram a entrada do edifício, só liberada para os moradores e pessoas autorizadas.
Uma delas foi Marcelo Monteiro, 18, que mora um andar abaixo do apartamento da mãe de Senna.
"Cheguei na rua e vi toda essa agitação. Me contaram o motivo e eu não acreditei", disse Marcelo, que estava acampado na praia da Juréia (litoral sul de São Paulo).
Em Tatuí, onda a família de Senna tem uma fazenda, vários moradores da cidade foram até o local à procura de informações sobre a morte do piloto.
A dona-de-casa Catarina de Lurdes Soares Alves, que passou a manhã e a tarde na frente da fazenda, disse que, quando o piloto estava em Tatuí, costumava frequentar a Trattoria Della Nona, no centro da cidade.
(SK)

Colaborou a Folha Sudeste.

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