São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Última entrevista foi na sexta-feira

FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL

Depois da morte de Roland Ratzenberger, no sábado, Ayrton Senna não falou mais à imprensa. Sua última entrevista foi concedida na sexta-feira, após o primeiro treino oficial do GP de San Marino, no qual conquistou a pole provisória.
Antes da corrida de ontem, ele se reuniu com Schumacher, Gerhard Berger e Michele Alboreto. Estava preocupado com a segurança, depois de assistir ao acidente de Rubinho e à morte de Ratzenberger.
Marcaram uma reunião para a sexta-feira do GP de Mônaco, daqui a duas semanas. Levariam sugestões dos pilotos aos dirigentes da F-1.
Ayrton estava consternado pelo acidente com Rubens Barrichello, momentos antes. E quase não falou sobre o desempenho de seu carro, que tinha modificações aerodinâmicas e na suspensão dianteira para a corrida de Imola.
Senna preferiu se fixar nas questões de segurança. Disse que sem os equipamentos eletrônicos proibidos pela FIA, os carros de Fórmula 1 ficaram muito perigosos.
"Hoje eles têm poucos recursos, estão muito difíceis de controlar", disse Senna. "O problema maior é que o comportamento do carro varia de volta para volta. Fica muito inconstante."
Senna falou que em nenhum momento, naquele dia, se sentiu seguro ao dirigir. "Não fiz nenhuma volta tranquila, nenhuma volta boa. Se acertava numa curva, errava em outra."
Desde os primeiros testes com a Williams, Ayrton reclamava da falta de equilíbrio e constância de seu carro. "Nós fomos a equipe que mais perdeu com o novo regulamento", dizia.
Sem a ajuda da eletrônica, a Williams passou a ter um carro tão falível quanto os outros. Entre as equipes de ponta, era a que mais sofria em pisos irregulares e ondulados.

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