São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Propaganda na contramão

HELCIO EMERICH
ATRÁS DAS GRADES

Ellen Biles, diretora de uma publicação americana especializada na oferta de produtos com descontos, intitulada "Ellen & Tony Refunding Catalog", foi presa no final do mês passado e vai cumprir pena de dois anos de cadeia, além de ter que pagar pesadas indenizações a consumidores e anunciantes.
Miss Biles oferecia no seu catálogo cupons que davam direito a formidáveis abatimentos, inclusive para produtos de grandes corporações, como a Procter & Gamble, Ralston-Purina e outras.
Mas, embora exigindo dos interessados a remessa antecipada do dinheiro, ela não tinha os artigos em estoque e não assumia nenhum compromisso formal quanto aos prazos de entrega das mercadorias.
Condenada por fraude postal e propaganda enganosa, foi detida por agentes federais ao sair de uma convenção organizada por sua editora para vender o plano a novos anunciantes.
Os insaciáveis
Pais de família americanos vivem um dilema: ao mesmo tempo em que julgam que os comerciais de TV ajudam a transformar seus filhos em monstrinhos consumistas, admitem que são irremediavelmente induzidos a comprar quase tudo que as crianças pedem.
Num recente estudo feito pelo instituto de pesquisas EDK Forecast, dos EUA, 74% dos pais entrevistados disseram ter adquirido um determinado brinquedo ou (30%) um artigo de vestuário porque seus filhos viram a propaganda na televisão e forçaram a compra.
Três entre quatro adultos ouvidos reclamaram que o marketing infantil está mais agressivo hoje que há cinco anos.

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