São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Paranapanema vai investir US$ 15 mi até o final de 95

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um plano para investir US$ 15 milhões até o final de 95 na diversificação de sua produção mineral, a Paranapanema quer entrar no futuro de "cara nova".
A informação é de Carlos Octavio Lacombe, 59, presidente do Conselho de Administração da Paranapanema, empresa de mineração e construção civil.
As vendas de estanho da Paranapanema, seu principal produto, somaram US$ 100 milhões em 93. As exportações foram responsáveis por 95% desse resultado.
Mas agora, a Paranapanema pretende extrair e comercializar outros minérios de sua jazida de Pitinga, situada a 300 km ao norte de Manaus, no Amazonas.
Futuro
"A empresa está replanejando seu futuro, principalmente na mineração, porque o estanho está passando por uma crise de preços", afirma Carlos Octavio Lacombe.
O preço mundial do estanho caiu para US$ 4,3 mil por tonelada em 93, o nível mais baixo de todos os tempos. Há 10 anos, o preço era US$ 13 mil por tonelada.
O preço atualmente oscila em torno de US$ 5,5 mil por tonelada. A Paranapanema espera que uma elevação do preço para US$ 6 mil até o fim desse ano.
Enquanto aguarda uma recuperação dos preços mundiais do estanho, a Paranapanema prepara-se para expandir suas atividades de extração mineral.
A idéia é explorar outros minérios da mina de Pitinga. A empresa está fazendo estudos tecnológicos para um maior aproveitamento de suas reservas minerais na Amazônia.
Entre esses minerais estão o tântalo, o miópio, a criolita, a zirconita e algumas terras raras, informa Carlos Octavio Lacombe.
A criolita já está em vias de projeto de mineração. Esse minério, entre outras aplicações industriais, é usado como elemento no processo de produção do alumínio.
Construção civil
O faturamento da Paranapanema no setor de construção civil foi de US$ 30 milhões no ano passado. As principais atividades da empresa nesse setor são a construção de estradas no Brasil e exterior.
A Paranapanema foi fundada em 1961, como uma empresa de construção civil, por Octavio Lacombe, morto há dois anos em acidente rodoviário.
Nos anos 70, Octavio Lacombe entrou no setor mineral, especializando a Paranapanema no setor de mineração e exportação de estanho.
No ano passado, a Paranapanema foi classificada em 49ª lugar pelo "Folha 300", caderno anual da Folha, que avalia o desempenho das 300 maiores empresas não-financeiras do país de capital aberto (com ações nas Bolsas de Valores).
Pouco antes de morrer, Octavio Lacombe comprou as ações de seu sócio José Calos Araújo, ficando com o controle acionário da Paranapanema.
Controle
Hoje, a família de Octavio Lacombe detém o controle da empresa.
Carlos Octavio Lacombe, irmão do fundador da Paranapanema, diz que a principal consequência da morte de seu irmão na Paranapanema é a necessidade de profissionalizar a empresa.
"A empresa sentiu o impacto porque uma coisa é ser dirigida com o elan do fundador e outra sem a sua presença", diz.
Com a perda do irmão, Carlos Octavio Lacombe diz que saiu da "aposentadoria" -ele foi diretor da empresa de 80 a 88- para chefiar o conselho de administração da Paranapanema.
A suspensão de assembléia geral extraordinária da empresa em março levou preocupação à Comissão de Valores Mobiliários, Lacombe coloca a responsabilidade pelo problema em um ex-diretor da empresa (veja texto abaixo).

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