São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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EU ACHO QUE NÃO

Intervenção é mesmo golpe. É uma jogada patrocinada pelos que querem desmoralizar o nosso Estado. Que metrópole não é profundamente violenta?
A única diferença visível é que aqui, no Rio, o abismo entre bairro pobre e bairro rico não acontece como em São Paulo ou Brasília. Aqui, o submundo está presente aos olhos da classe média.
A polícia do Rio está corrompida até o talo. Mas quem garante que as de outros Estados também não estão. Quem garante que a Polícia Federal não se corromperia mediante alguns milhões de dólares oferecidos por chefões?
Somente com a colaboração, e não com a intervenção, das polícias Federal e Internacional se combaterá o crime organizado.
E quanto à droga, a atividade criminosa que mais movimenta dinheiro e armas, só será mesmo vencida quando a demanda diminuir. Quando houver gente querendo se curar, ou curar o próximo. E aí não há polícia, Exército ou governo que cure. É com a gente mesmo.

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