São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Bikers têm contato com a natureza durante prova

KAREN GIMENEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Por não fazer barulho como as motos e os jipes, o pessoal de bike acaba tendo muito mais contato com os animais.
"Uma vez, um monte de macacos seguiu a gente num trecho da trilha. Eles iam pulando de árvore em árvore", lembra Ronaldo Pacca, 20. "Já vimos muita cobra cruzando a trilha", conta Vagner da Silva, 22.
Mas, por mais pacífico que seja esse contato com a natureza, nunca é bom abusar. Eles lembram que, em 92, uma biker sentiu fome no meio da trilha e resolveu comer umas flores de uma árvore mais próxima.
"Foi direto para a UTI", conta Vagner. "A gente só costuma comer fruta conhecida, principalmente morangos silvestres."
As provas de bike são as mais variadas. Além dos enduros de velocidade e regularidade, existem provas somente de subidas de montanha (uphill) ou descidas (downhill), entre outras.
Os bikers garantem que em velocidade não ficam atrás de nenhuma moto na trilha. Ronaldo conta que caiu da bike em uma prova de downhill a 78 km/h.
Em cada prova, eles chegam a pedalar 100 km. Apesar de existir vários pontos de descanso, é preciso um ótimo preparo físico. Para não cansar muito, eles recomendam manter sempre o mesmo ritmo. "Não adianta largar com tudo e não conseguir manter depois", diz Ronaldo.
Além de dificuldades com o relevo, os bikers têm agora outro motivo para se preocupar: ladrões estão agindo em trilhas próximas a São Paulo.
Renato já foi vítima de uma das quadrilhas há quatro meses. Perdeu a bicicleta e levou um tiro na perna, quando voltava de uma trilha no pico do Jaraguá.

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