São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994 |
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Equipe evita precipitar anúncio do real
SÔNIA MOSSRI
A assessoria de Ricupero não está disposta a precipitar o anúncio de criação da nova moeda apenas para atender às pressões dos aliados do virtual candidato do PSDB a presidente, Fernando Henrique Cardoso, ex-ministro da Fazenda. Os tucanos consideram que antecipar o anúncio mudaria as expectativas dos agentes econômicos, refreando os aumentos de preços preventivos, rendendo dividendos políticos para FHC. O próprio FHC disse no domingo, em Volta Redonda, que o presidente anunciaria a data de criação do real ainda nesta semana. A declaração não repercutiu bem no Planalto e na Fazenda. A assessoria direta do presidente Itamar repetia ontem que FHC não é mais ministro da Fazenda. O Planalto teme que essas declarações de FHC sejam interpretadas como uma interferência de um candidato na política econômica. O Planalto e a Fazenda também avaliam que a morte do tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, no último domingo, tornou o anúncio formal da emissão do real inadequado nos próximos dias. Além disso, Ricupero não abre mão do planejamento de uma estratégia de marketing para anunciar a criação do real. O ministro vai se esforçar para convencer a população de que o real estabilizará a inflação em patamares baixos. Na prática, o ministro deseja que a divulgação tenha linguagem simples e explicações sobre as vantagens da nova moeda. Os diplomatas Sérgio Amaral (chefe de gabinete da Fazenda), Gelson Fonseca (presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty), Sérgio Danese (assessor especial) e Marcos Galvão (assessor especial) elaboram o esquema de divulgação do real. O secretário de Comunicação Institucional da Presidência da República, Augusto Marzagão, cuida do pronunciamento que o presidente fará em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar o real. Ontem, Itamar disse ao presidente licenciado da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), José Alencar Gomes da Silva, que "que o real será implantado em breve, mas pode ser antes ou depois do dia 1º". Texto Anterior: Bancos pedem proteção Próximo Texto: PNBE teme medidas recessivas Índice |
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