São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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PNBE teme medidas recessivas

PAULO ROSA
DA REPORTAGEM LOCAL

O PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) quer que o governo avalie por setor eventuais medidas de contenção de consumo que venham a ser adotadas no momento de implantação do real.
Segundo o coordenador da entidade, Émerson Kapaz, "há anos o país corta a demanda", sem que os resultados tenham sido positivos.
Essa preocupação foi levada ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, no sábado, em São Paulo, por representantes do PNBE.
Kapaz afirma que o principal interesse da reunião era levar ao ministro a posição de que com o real não haveria explosão de consumo e alertar para os perigos de juros muito altos.
"O crescimento do consumo apenas diminuirá a capacidade ociosa da indústria", segundo Kapaz. "Isso se refletiria até em queda de preços", avalia.
Isso, para Kapaz, poderia ser conseguido com acordos entre governo e empresários que privilegiassem o crediário para setores que apresentem maior ociosidade.
Já com relação aos juros, o coordenador do PNBE afirma que "taxas de 4% a 5% ao mês como alguns pregam, além de alavancar preços no crediário, podem levar até a um consumo maior".
"As pessoas podem aplicar e reverter os ganhos reais para as compras", afirma.
Segundo Kapaz, o ministro da Fazenda se mostrou disposto a realizar audiências públicas com empresários para "começar a tratar da fase do real".
Apesar de na sexta-feira Rubens Ricupero ter descartado qualquer possibilidade de o governo deixar de cobrar o IPMF, Emerson Kapaz afirmou que o ministro ficou de analisar ainda a preocupação de que, com inflação baixa, este imposto pese muito nos custos das empresas.

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