São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994 |
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Acordo entre Israel e OLP é salvo na última hora
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Erramos: 10/06/94A cidade do cairo foi incorretamente localizada perto da faixa de Gaza, em mapa nesta matéria. A capital egípcia fica em local que não apareceu no referido mapa. Acordo entre Israel e OLP é salvo na última hora Israel e a Organização para a Libertação da Palestina assinaram ontem acordo que estabelece autonomia limitada para os palestinos na faixa de Gaza e Jericó. Israel ocupa a faixa de Gaza e a Cisjordânia –onde fica Jericó– desde a Guerra dos Seis Dias, contra os países árabes, em 1967. O acordo histórico esteve a ponto de fracassar no momento da assinatura, diante da TV e de 2.500 convidados de todo o mundo que assistiam a cerimônia no Cairo. Por volta das 11h locais (5h de Brasília) o líder da OLP, Iasser Arafat, assinou o acordo. O primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, se aproximou da mesa para assinar. Olhou o documento, deu um tapa na mesa e voltou para seu lugar sem assinar. Imediatamente os mediadores –que incluíam o secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, o chanceler russo Andrei Kozirev, o chanceler Amr Moussa e o presidente do Egito, Hosni Mubarak– começaram a se movimentar entre Arafat e Rabin em busca de um solução. Arafat havia se recusado a assinar um mapa que definia a área de Jericó a ser entregue aos palestinos. Ao perceber isso, Rabin disse que não haveria acordo sem a assinatura no mapa. Depois de uma interrupção de 35 minutos, que incluiu negociações nos bastidores do palco da assinatura, achou-se uma solução. Arafat conseguiu a garantia por escrito –assinada pelos EUA e pela Rússia– de que Israel mandaria uma carta dizendo que a área de Jericó ainda será negociada. Rabin assinou o documento. O mapa tinha uma série de comentários de Arafat, que Rabin leu demoradamente antes de assinar. Ainda ficam sob negociação o controle da fronteira de Gaza com o Egito e da ponte que liga Jericó à Jordânia. A OLP quer os dois pontos sob controle palestino. Segundo um membro da delegação palestina, os dois lados se comprometeram a renegociar a questão de Jericó em três meses. "O mundo inteiro presenciou a ponta do iceberg dos problemas que teremos que ultrapassar para implementar até mesmo a primeira fase", disse Rabin após a assinatura do acordo. Para Arafat, o acordo é o "início do fim da ocupação israelense e a chance de criar um novo relacionamento". A OLP pediu um adiamento da retirada das tropas israelenses de Gaza e Jericó. Nabil Shahat, negociador da OLP no Cairo, disse que a organização ainda precisa de mais tempo para instalar a polícia palestina. O acordo assinado ontem tem validade de cinco anos e prevê que as negociações sejam retomadas num prazo máximo de três anos. Texto Anterior: Apuração sofre sabotagem na África do Sul Próximo Texto: Revista não deve publicar fotos de Diana; Menem fala de Ovnis com Shirley MacLaine; China retira projeto de `melhoria da raça'; Ministro japonês nega massacre de chineses; Parlamento aprova a expansão da UE Índice |
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