São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Lideranças tentam reverter absolvições

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado José Thomaz Nonô (PMDB-AL) ameaçou deixar a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) depois que ela inocentou o deputado João de Deus (PPR-RS), na terça-feira.
Nonô foi convencido a ficar pelo presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE). O protesto de Nonô era quanto ao "efeito Fiuza" –referência à absolvição do deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE), também acusado pela CPI do Orçamento.
Líderes da Câmara admitem que a absolvição de Fiuza pode ser revista pelo plenário, última etapa do julgamento.
Os deputados começaram a sentir a pressão dos eleitores. Cerca de 50 cartas, fax e telex, chegaram à presidência da Câmara protestando contra a absolvição de Fiuza.
O deputado Benedito de Figueiredo (PDT-SE) reclamou ontem ao presidente da CCJ. Disse que foi hostilizado no Estado porque defendeu Fiuza na comissão.
Telefonemas e cartas também foram enviados à CCJ. "Há uma reação da sociedade. Não sei até que ponto isso pode mudar o julgamento", afirmou o presidente da Câmara.
"A tendência de aprovar em plenário a decisão da comissão não é obrigatória e pode mudar", afirmou o líder do PMDB na Câmara, deputado Tarcísio Delgado (MG).
O PMDB foi acusado de ter se aliado ao PFL para inocentar Fiuza. De acordo com pesquisa do Datafolha publicada ontem, 47% dos entrevistados acham que Fiuza foi inocentado por causa de um acordo entre os partidos.
"O plenário pode mudar a decisão da comissão", afirmou o líder do PPR na Câmara, Marcelino Romano (SP).

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