São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conselho Regional cassa general-médico

DAS SUCURSAIS DO RIO E DE BRASÍLIA

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) decidiu anteontem à noite, por unanimidade, cassar o registro do médico e general-de-brigada Ricardo Agnese Fayad, segundo subdiretor da Diretoria de Saúde do Exército.
O plenário de 21 conselheiros do Cremerj considerou Fayad culpado de participação em torturas de presos políticos no Rio entre 1969 e 1974. A decisão do Cremerj, para ter validade, precisa ser respaldada pelo Conselho Federal de Medicina.
Procurado ontem pela Folha no Ministério do Exército, em Brasília, Fayad disse que informações sobre o caso seriam dadas pelo Centro de Comunicação Social do Exército (Ccomcex).
O Exército decidiu ignorar a decisão do Cremerj. O Ccomcex informou ontem que nem mesmo uma eventual condenação pelo Conselho Federal de Medicina será respeitada. O Exército considerou a decisão do CRM-RJ "inócua, inoportuna e sem base legal".
O general e médico Fayad é acusado pelo grupo Tortura Nunca Mais. Ele foi recentemente promovido a general, em solenidade no Palácio do Planalto. O assessor de imprensa da Presidência, Fernando Costa, disse que Itamar não comenta promoções.
Além de ocupar cargo no Ministério do Exército, Fayad mantém um consultório pediátrico no bairro em que mora, na Tijuca (zona norte do Rio), onde também fica o quartel em que é acusado de ter participado de sessões de tortura.
"A promoção dele foi uma premiação por serviços prestados", afirmou Luiz Roberto Tenório, colega de turma de Fayad preso em 1972.

Texto Anterior: Lideranças tentam reverter absolvições
Próximo Texto: Técnica de vendas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.