São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Mudanças nas regras afetam mais os pit-stops

DA REDAÇÃO

O atropelamento sofrido por quatro mecânicos nos boxes do GP de Imola mereceu mais atenção da FIA do que os acidentes nos treinos e na corrida, que mataram o austríaco Roland Ratzenberger e o brasileiro Ayrton Senna.
As mudanças no regulamento da Fórmula 1 anunciadas anteontem visam a aumentar a segurança nos boxes e desestimular os pit-stops, mais do que aumentar a segurança dos pilotos na pista.
A FIA determinou a criação de chicanes (sinuosidades na pista) na entrada e na saída da área dos boxes.
O objetivo é diminuir a velocidade dos carros ao entrar no pit-lane e ao voltar para a pista. Isso vai desestimular as paradas para trocas de pneus e reabastecimento.
Com isso, os carros terão que usar pneus mais duros e andar com o tanque mais cheio. Uma das consequências será uma pequena redução da velocidade dos F-1.
Outra mudança anunciada é que as equipes terão que entregar à direção de prova a programação de pit-stops. Essa medida vai tornar a estratégia de todas as equipes conhecidas de todos.
Somente serão permitidas paradas nos boxes fora dessa programação se houver uma emergência. E, mesmo assim, as equipe não podem trocar pneus ou reabastecer, para tentar ganhar tempo.
A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou também que poderá usar o sorteio para definir em quais voltas cada equipe terá que fazer o pit-stop.
Essa medida foi criticada por equipes e pilotos. Eles dizem que, assim, a idéia do pit-stop perde o sentido já que o sorteio inviabiliza qualquer estratégia de corrida.
Outra mudança para tornar os boxes mais seguros é a determinação de que ninguém fique na frente dos boxes se não estiver trabalhando num pit-stop, ou atendimento a um carro com problemas.
Mesmo esses mecânicos têm que ficar nos boxes, somente saindo na hora de atender o piloto.
As medidas em estudo pela Fisa são mais eficazes para aumentar a segurança dos carros. Uma das medidas é reduzir a pressão aerodinâmica, que aumenta a estabilidade deles em alta velocidade.
O risco existe porque uma pequena falha da estrutura aerodinâmica do carro pode torná-lo incontrolável. Foi o que aconteceu com Ratzenberger e provavelmente com Senna.

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