São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994 |
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Equilíbrio marca o grupo da seleção
SÉRGIO KRASELIS
A tarefa não é nada fácil, pois o Grupo B é um dos mais equilibrados. Apenas as duas melhores equipes de cada grupo se classificam para a próxima fase, quando todos os jogos acontecem na Itália. Na fase classificatória, as partidas são disputadas no sistema de ida e volta. O Brasil faz, fora de casa, dois jogos contra cada adversário. Em casa, recebe os mesmos adversários, também com dois jogos contra cada um dos rivais. Nessa entrevista, o técnico José Roberto Guimarães aponta a Bulgária, contra quem o Brasil estréia hoje em Varna, como uma das favoritas do grupo e diz que o objetivo da seleção é lutar pelo título do Mundial Masculino, que acontece em setembro, na Grécia. "É claro que se passarmos para a fase decisiva da Liga a situação muda de figura", afirma Zé Roberto, que já conta com os atacantes Marcelo Negrão e Tande. Os dois jogadores só se apresentaram ao técnico na última segunda-feira, na Alemanha, onde os brasileiros fizeram dois amistosos contra os alemães (uma vitória e uma derrota). Lá, Zé Roberto testou o provável time que joga hoje, armado com Maurício, Paulão, Giovane, Carlão, Max e Kid. Os dois últimos ocupam os lugares dos titulares Negrão e Tande, que ainda se adaptam à seleção, mas que Zé Roberto também pensa em testar durante a partida para avaliar o ritmo de jogo dos dois atacantes. Folha - O Brasil fez dois amistosos com a Alemanha como preparação para os jogos da Liga Mundial. Qual foi a sua impressão do time sem os titulares Marcelo Negrão e Tande? Zé Roberto - Gostei muito da segunda partida, que vencemos de virada. Achei que o time deu uma melhorada no volume de jogo, principalmente porque enfrentamos a equipe titular alemã. O time alemão melhorou muito de 93 para cá e acredito que vai dar muito trabalho, principalmente no Mundial. Os adversários podem se preparar porque eles vão complicar a vida de muita gente. Folha - Os dois jogos valeram como teste? Zé Roberto - Deu para experimentar o time. Acho que foi interessante o fato de que o primeiro jogo acabou tendo cinco sets. A equipe estava um pouco dura, mas como teste foi ótimo. Já no segundo jogo deu para a gente estudar melhor o time alemão e armar a equipe taticamente. Folha - Como estão Marcelo Negrão e Tande? Zé Roberto - Eles estão em ritmo de jogo. Mas, o que me preocupa é a resistência muscular dos dois. Pelo fato de jogarem direto na Liga Italiana, a parte muscular deles não foi muito trabalhada. Eles perderam massa muscular. Folha - Você espera tê-los no time contra a Bulgária? Zé Roberto -Eu acho possível, apesar de o tempo de adaptação dos dois ter sido muito curto. Mas eles são dois jogadores que vamos poder utilizar com certeza, porque eles rendem técnica e taticamente. Mas o que me preocupa é o que eles podem suportar a nível físico. Folha - Qual a avaliação que você faz da Bulgária? Zé Roberto - A maioria dos titulares da Bulgária atuam na Liga Italiana, uma das mais fortes do mundo. É um dos melhores times da Europa e acho que é uma das favoritas da nossa chave para se classificar. Como a maioria dos times, a Bulgária busca a versatilidade. O ponto alto da equipe da Bulgária é o atacante Ganev, um dos melhores do vôlei mundial. Folha - E a Grécia? Zé Roberto - É um time muito alto, que pode complicar a vida dos integrantes do grupo, principalmente quando jogar em casa. O time se prepara desde o ano passado com o técnico cubano Gilberto Herrera. Apesar de só ter entrado na Liga Mundial em 93, fez uma série de jogos importantes, inclusive no último Campeonato Europeu. Folha - Como você analisa a seleção dos EUA, que o Brasil pega primeiro em casa? Zé Roberto - A equipe, apesar de ser praticamente nova, treina dez meses durante o ano porque a seleção dos EUA é permanente e os jogadores não podem atuar fora do país. O Ctvrtlik e o Fortune estão inscritos entre os 18 jogadores e isso fortalece a seleção. O time norte-americano é o mais cumpridor da tática de jogo que eu conheço. Eles têm gana de ganhar de todo mundo. É um time difícil de se jogar. Apesar de, em 93, termos feito oito jogos contra os EUA e vencido sete, os EUA preocupam. Os jogos que faremos em San Diego serão os mais difíceis. Já no Brasil, com a quadra e a torcida a favor, esses fatores podem auxiliar a nossa seleção. Texto Anterior: Mudanças nas regras afetam mais os pit-stops Próximo Texto: Técnico é supersticioso Índice |
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