São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Técnico é supersticioso

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Tímido, religioso, supersticioso, mas também exigente com a disciplina. Assim é o técnico José Roberto Guimarães, 39.
No comando da seleção brasileira masculina desde 1992, o técnico está no vôlei há 27 anos.
Na carreira deste paulista nascido no município de Quintana estão as conquistas da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, a primeira obtida por um esporte coletivo do Brasil, e a Liga Mundial de 93, entre outras.
Como jogador, foi levantador da seleção paulista juvenil, da brasileira juvenil e de 73 a 77 esteve na seleção principal, quando ajudou o time a ganhar o tricampeonato sul-americano de seleções. O sucesso como técnico ele atribui à sua condição de ex-jogador.
"Ter sido levantador ajuda muito no meu trabalho", costuma repetir Zé Roberto, que, apesar da fala mansa, controla com seus 1,77 m um time cuja média de altura é 1,95 m.
Respeitado pelos jogadores, amado pelas crianças, distribui tantos autógrafos quanto os ídolos Giovane e Maurício.
"Um dia, todos vão esquecer o técnico. Mas ninguém vai esquecer de que na história do vôlei mundial conseguimos dar ao Brasil um título memorável", afirma. Devoto de Santa Edwiges, protetora dos pobres e endividados, o treinador brasileiro sempre leva a imagem da santa, dada por um amigo, em suas viagens.
Quando entra na quadra, Zé Roberto cumpre o mesmo ritual: dá uma volta em torno de todos os seus jogadores. Depois, acompanha o aquecimento do time encostado em um dos postes que sustentam a rede, também com um olho na equipe adversária.
"Não importa o nível da partida. Em qualquer jogo, faço sempre a mesma coisa. Tenho muita fé, rezo todos os dias", diz.
Casado, pai de duas filhas, Ana Carolina, 12, e Maria Fernanda, 10, o técnico se envaidece quando as observa tocando piano. E, sempre que pode, relaxa jogando tênis, de onde já tirou algumas idéias para aplicar no vôlei.
"Em minha profissão, 99% é transpiração e 1% é sacada. Por isso, penso toda hora no vôlei, acompanho treinos físicos e táticos. A qualquer momento pode surgir uma idéia e aí viajo nela", afirma o treinador.
(SK)

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