São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Campanha vai incentivar aplicação financeira

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A campanha publicitária para o lançamento do real terá como principal preocupação incentivar as pessoas a deixarem seu dinheiro nas aplicações financeiras.
Na campanha, a ser iniciada na segunda quinzena de maio, o governo quer evitar que a esperada queda brusca da inflação não provoque uma elevação exagerada do consumo, como aconteceu no Plano Cruzado, em 1986.
Será mostrado que a aparente diminuição dos rendimentos das aplicações financeiras, devido ao fim da correção monetária, não significa perda para os aplicadores.
Essa mensagem será a mais importante de uma série de cinco comerciais diferentes, para emissoras de televisão e rádio.
Os bancos também também deverão fazer anúncios próprios e cartilhas para orientar os clientes sobre a nova moeda.
Entre os assessores envolvidos na campanha, há o objetivo de convencer o público de que "5% ao mês em real é melhor que 50% em cruzeiros reais", em termos de poder de compra do dinheiro.
Na Fazenda se avalia que a queda da inflação provocará um efeito psicológico sobre a população, acostumada a ver seu dinheiro "crescer" nas cadernetas de poupança e outras aplicações.
O fenômeno é chamado "ilusão monetária". As pessoas se iludem com o crédito mensal que duplica em dois meses o dinheiro aplicado. Mas, na realidade, só foi reposta a inflação que corroeu o poder de compra.
Outra preocupação da campanha é mostrar que quando for criado o real as cédulas em cruzeiros reais manterão seu valor de troca.
A partir de 1º de julho, data em que deve ser introduzida a nova moeda, o cruzeiro terá valor fixo em real.
Nesse caso, o maior objetivo é diminuir as filas que serão formadas nos bancos para a troca de cédulas e moedas. Quem tem conta corrente será orientado a utilizar o talão de cheques.

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