São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Dinheiro não altera hábitos da família

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cotidiano de Edevair Souza, 63, pai do atacante Romário, não sofreu alteração mesmo com a fama conquistada pelo filho.
Mesmo morando numa casa ampla no luxuoso Condomínio Bosque dos Sabiás, num bairro de classe média alta, em Jacarepaguá, Edevair mantém os traços de homem simples, que morou na favela do Jacarezinho, onde os três filhos nasceram.
Ele tinha um hábito que repetia todos os dias antes de se deslocar para o bar Garota do Quitungo, comprado há cinco meses por Romário na Vila da Penha, zona norte do Rio.
Edevair sempre tinha que ir até o bar Armazém Pau Ferro, a 200 metros da entrada do condomínio onde mora.
Ali, segundo os frequentadores e garçons, tomava anis com água, comprava cigarros e conversava sobre o filho e futebol.
Pagava também bebidas para os fregueses. Quando o filho fazia gols, levando o Barcelona (time espanhol pelo qual Romário atua desde meados do ano passado) à vitória, costumava pagar rodadas de cerveja.
Edevair, mesmo pai do jogador brasileiro mais bem pago no mundo, não gostava de segurança, nem tinha carro próprio.
Ia e voltava de seu bar, na Vila da Penha, de ônibus (linha Caxias-Freguesia) ou de táxi.
Segundo Paulo Ciro, policial civil amigo da família, Edevair é o maior ídolo de Romário.
E este tem a mesma admiração pelo pai, que o incentivou, desde cedo, a jogar futebol.
Segundo as agências internacionais de notícias, Romário recebe cerca de US$ 100 mil por mês (CR$ 130 mi).
Estima-se no mercado publicitário que o jogador teria recebido US$ 600 mil (CR$ 780 mi) para participar de uma campanha de uma marca de cerveja.
O jogador nega, mas as agências imobiliárias do Rio afirmam que o jogador comprou, este ano, dez apartamentos na Barra da Tijuca, Zona Sul do Rio, no valor de US$ 60 mil (CR$ 78 mi).

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