São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994 |
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Discursos revelam diferenças entre países
SÉRGIO MALBERGIER
Enquanto a rainha fez questão de lembrar as "rivalidades seculares" entre britânicos e franceses sepultadas de vez pelo Eurotúnel, que une "o pragmatismo britânico ao élan francês", Mitterrand realçou mais o papel europeu da obra: "É um exemplo do que o sonho europeu é capaz". A rainha, francófila, fez seu discurso em Calais (norte da França) em francês. Já em Folkestone (sul da Inglaterra), ela falou aos súditos em inglês. Mitterrand fez seus dois discursos em francês, aparentemente por causa de seu pobre inglês. Tanto a rainha como o presidente disseram que o Eurotúnel vai ajudar a incrementar as relações dos dois países. Mas Mitterrand lembrou também que as relações do Reino Unido com toda a Europa serão fortalecidas. A rainha, talvez em respeito aos eurocéticos britânicos, preferiu realçar mais as relações bilaterais do que as multilaterais, embora em alguns anos o Eurotúnel se torne parte de uma linha de trens de alta velocidade que servirá Londres, Paris, Bruxelas (Bélgica), Amsterdã (Holanda) e Colônia (norte da Alemanha). Mas Mitterrand tocou na ferida: "Ninguém mais se sentirá do lado de fora. Nós estamos dentro da mesma entidade que estamos criando agora". Já em solo inglês, o presidente aproveitou para dizer "obrigado em nome da França" pela participação das tropas britânicas na liberação do país das tropas nazistas. Os dois chefes de Estado já têm novo encontro marcado para discursar sobre o novo relacionamento entre seus países. Será em 6 de junho, 50º aniversário do Dia D, o dia do desembarque das tropas aliadas na Normandia (costa norte da França). (SM) Texto Anterior: Túnel tem medida de segurança contra animais Próximo Texto: Warterloo custou US$ 200 mi Índice |
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