São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994
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Quebra da suspensão matou Senna, diz autópsia

CLÓVIS ROSSI; ANDRÉ LOZANO
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A MÔNACO

Foi uma peça da suspensão do seu Williams que matou Ayrton Senna. Essa é a versão fornecida ontem por Max Mosley, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que diz apoiar-se na autópsia do piloto.
"Uma parte da suspensão furou o capacete e causou o ferimento do qual ele morreu", anunciou Mosley ao abrir ontem a entrevista coletiva em que listou as providências determinadas pela FIA para aumentar a segurança da F-1.
A tese de que foi a suspensão a causa direta da morte de Senna já havia sido defendida por Mosley em carta ao jornal inglês "The Times". A diferença, agora, é que Mosley diz apoiar-se em dados da autópsia e não em uma mera especulação pessoal.
Se definitivamente comprovado que essa foi a causa, perde sentido boa parte da polêmica que cercou e ainda cerca a morte de Senna. Fica, por exemplo, inócuo discutir se deveria ou não haver pneus para proteger os pilotos de um choque frontal contra o muro na curva Tamburello.
Afinal, Senna teria morrido mesmo que nem sequer tivesse tocado no muro, já que seu ferimento fatal fora prévio à colisão.
Falta, de qualquer forma, estabelecer a causa da quebra da suspensão. A esse respeito, Mosley não pôde fornecer qualquer informação.
Pior: a câmera de TV que levava a Williams de Senna, como todo carro de F-1 o faz, "não estava gravando", afirmou Mosley.
É, portanto, menos um elemento para ajudar nas investigações.
(CR e ALz).

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