São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Personagem foi alcoviteiro do rei
JOSÉ GERALDO COUTO
Filho de um pequeno nobre com uma arrumadeira, veio ao Brasil com a família real portuguesa em 1808, aos 17 anos. Trabalhou no paço real, no Rio de Janeiro, como reposteiro –a pessoa encarregada dos móveis e adornos da Corte. Tornou-se depois íntimo do príncipe d. Pedro, futuro imperador do Brasil. Entre estas últimas, a mais notória era a de arranjar encontros do imperador com amantes e prostitutas. Mas parece que o Chalaça tinha também grande influência sobre os assuntos do governo. Numa versão assumida pelo romance de José Roberto Torero, ele teria sido o redator da primeira Constituição brasileira, outorgada pelo imperador d. Pedro 1º anos depois da Independência. Pouco antes da abdicação do imperador, em 1831, o secretário foi banido do Brasil graças à pressão política do visconde de Barbacena, seu adversário político e desafeto pessoal. Depois de viver na Inglaterra e na França, o Chalaça voltou em 1833 a Portugal, onde participou ao lado de d. Pedro da disputa entre este e seu irmão, d. Miguel, pelo trono português. No confronto entre miguelistas (ou realistas) e pedristas (ou constitucionais), os últimos acabaram vencendo, mas d. Pedro –tornado Pedro 4º de Portugal– morreu pouco depois, em 1834. Tudo indica que é fantasioso o desfecho do livro de Torero, em que o Chalaça acaba casado com a viúva de d. Pedro, d. Amélia de Beauharnais, sua antiga inimiga. Mas o autor sustenta que pelo menos um livro de história defende essa versão. Texto Anterior: Autor de `O Chalaça' é cineasta premiado Próximo Texto: Bienal Brasil recebe visita de estudantes Índice |
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