São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Combate se intensifica na Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas muçulmanas e sérvias intensificaram os combates na região de Tuzla, nordeste da Bósnia, ameaçando jogar por terra o esforço por novas conversações de paz.
O governo (muçulmano) da Bósnia anunciou que suas forças obrigaram os sérvios a recuar em três frentes perto de Tuzla, uma das áreas "protegidas" pela ONU.
Observadores militares da ONU confirmaram o avanço muçulmano em apenas uma das frentes, nas colinas de Vijenac, de onde a artilharia sérvia bombardeava Tuzla.
Um porta-voz das forças de paz da ONU acusou os sérvios de saquearem e queimarem casas na área de Gorazde (norte), outra das "áreas protegidas".
A ONU também acusou os sérvios de repetidas violações da trégua em Sarajevo, a capital. Eles estariam assaltando armazéns da ONU onde haviam sido recolhidas peças de artilharia com que ameaçavam a cidade até fevereiro.
Na ocasião, os sérvios viram-se forçados a entregar as armas por um ultimato da Otan.
Os novos combates indicam que sérvios e muçulmanos não estão dispostos a aceitar os apelos internacionais por novas conversações, lançados na sexta-feira.
Reunidos em Genebra, ministros das Relações Exteriores de sete países propuseram um cessar-fogo de pelo menos quatro meses em toda a Bósnia para que o diálogo possa ser retomado.
Também foi proposto um plano de paz pelo qual a federação croata-muçulmana ficaria com 51% do território bósnio, enquanto 49% ficariam para os sérvios.
As forças sérvias, que iniciaram a guerra há dois anos para impedir a independência da Bósnia em relação à ex-Iugoslávia, controlam atualmente 70% do país.
Os sérvios recusaram o acordo porque ele os faria perder território. Para os muçulmanos, uma trégua de quatro meses daria a seus inimigos a chance de consolidar ainda mais o domínio do território.
O secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, disse ontem que ao rejeitar o plano de paz os beligerantes estão "fazendo pose" para tentar negociar a partir de uma posição de força.
Christopher participou da reunião de Genebra, assim como representantes de França, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Bélgica, Grécia e União Européia (UE).
Os ministros das Relações Exteriores dos 12 países da UE voltam a reunir-se hoje em Bruxelas para discutir a questão bósnia à luz do encontro de Genebra.
Os europeus não apóiam a iniciativa do Senado dos EUA, que na semana passada propôs suspender o embargo ao fornecimento de armas aos muçulmanos.

Texto Anterior: Duque de Edimburgo cai durante prova; Bomba mata soldado britânico na Irlanda; Filósofo alemão ganha estátua na espanha; A FRASE; Salinas nomeia novo procurador mexicano; EUA prendem maior ladrão de carros
Próximo Texto: Policial é assassinado a tiros no sul do Egito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.