São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Importação de alho provoca protesto

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação Nacional dos Produtores de Alho entrou, ontem, com representação junto ao Ministério da Indústria e Comércio para impedir a importação de alho subsidiado da China.
Os produtores alegam que a importação configura prática de "dumping".
"Dumping" é a venda de produto abaixo do custo de produção com o objetivo de quebrar a concorrência e dominar o mercado, para depois elevar os preços.
O alho da China deverá chegar ao país com preços próximos dos US$ 3 a caixa com dez quilos.
O custo para produzir o produto no Brasil está próximo dos US$ 13 a caixa.
"A China tem um série de subsídios e uma das mão-de-obra mais baratas do mundo", diz José Pereira, presidente da Associação dos Produtores de Castelão (GO).
Segundo Takashi Chonam, presidente da associação nacional, em vários países do mundo o alho procedente da China é taxado em até 300%. No Brasil a alíquota é de 10%.
Goiás é o segundo maior Estado produtor, respondendo por 14 mil t do produto na última safra. Santa Catarina produziu 21 mil t.
Técnicos da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério da Fazenda afirmaram que o recurso dos produtores será avaliado ainda esta semana.
Segundo eles, existe a possibilidade de ser adotada taxação, caso fique comprovado subsídios.
Não é o que pensam os produtores. Segundo José Pereira, no próximo dia 25 sai um navio da Chinha carregado com 500 mil caixas com destino ao Brasil. O desembarque deverá ocorrer entre 5 e 10 de julho.
As alíquotas para a importação do alho com procedência da Argentina e da Espanha (próximas dos 10%) não correm o risco de serem alteradas, já que não existem subísidios nesses países.

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