São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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PT vai investir na dissidência do PMDB
CARLOS EDUARDO ALVES
Os primeiros contatos serão feitos com o ex-governador paranaense Roberto Requião e com o senador gaúcho Pedro Simon. O objetivo é tentar atrair o apoio dos dois líderes peemedebistas para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de tentar a cooptação foi tomada ontem à tarde em reunião da cúpula petista em São Paulo. Lula participou da reunião. "A vitória de Quércia na prévia do PMDB abre uma oportunidade para que Requião e Simon, por exemplo, mantenham a coerência de suas vidas políticas", afirmou Rui Falcão, presidente do PT. O contato com Requião será feito por Falcão e pelo deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP). Lula já conversou algumas vezes sobre a sucessão com o ex-governador do Paraná, que tem poupado o petista das críticas que costuma fazer a Quércia e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em Curitiba, Requião disse que não definiu o apoio a nenhum candidato à Presidência. "Posso apoiar candidato de outro partido', afirmou, sem citar nomes de nenhum concorrente ao Planalto. Simon deve ser procurado pelo próprio Lula. Na avaliação do PT, o aval do senador ao candidato será mais difícil. A esperança é que a coligação do PSDB com o PFL afaste Simon de FHC. Outros peemedebistas que estão na lista de contatos do PT são os senadores Antônio Mariz (PB) e Amir Lando (RO). Mas Lula quer primeiro esperar a manifestação dos dois sobre a vitória de Quércia na prévia do PMDB. Na reunião do comando da campanha de Lula, foi ponderado ao candidato a inconveniência de responder a FHC, que classificara o petista de "incompetente". A tarefa foi transferida a Falcão. "Trata-se de um candidato que estreou em comício sob vaias e quer, pela via do preconceito, enfraquecer quem lidera as pesquisas", disse Falcão sobre FHC. "Nós não vamos dar corda ao debate rasteiro", acrescentou o presidente do PT, que acha improvável o STF permitir a candidatura de José Sarney por um partido que não seja o PMDB. A Executiva do PT reúne-se amanhã com a direção do partido na Bahia para tentar convencer Zezeo Ribeiro a retirar sua candidatura a governador daquele Estado pelo PT. Lula quer que o PT não lance candidato ao governo para apoiar, ainda que de maneira informal, Jutahy Magalhães Jr. O PSDB da Bahia já decidiu fazer campanha para Lula por não concordar com a aliança nacional com o PFL. Lula almoça hoje em São Paulo com um grupo de executivos norte-americanos. O evento faz parte de um programa organizado pelo Massachusetts Institute of Tecnology (MIT). Colaborou a Agência Folha, em Curitiba. Texto Anterior: Sem-terra diz que Lula é um líder `meio messiânico' Próximo Texto: Retrato da decadência Índice |
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