São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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BB pode fechar entre 188 e 235 agências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil poderá fechar entre 188 e 235 agências deficitárias no interior do país, como forma de reduzir custos e preparar a instituição para a chegada da futura moeda, o real.
Os dados foram fornecidos ontem pelo presidente do BB, Alcir Calliari, ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero.
A promessa de fechamento de agências de bancos federais existe desde junho do ano passado, quando foi lançado o primeiro plano econômico do ex-ministro Fernando Henrique Cardoso.
Desde o lançamento do PAI (Programa de Ação Imediata), em dezembro passado, o governo esbarra em dificuldades políticas para extinguir unidades deficitárias do BB e da CEF (Caixa Econômica Federal).
O lançamento do real reacendeu a discussão. A Fazenda acredita que os bancos públicos terão dificuldades em se adaptar a um cenário de inflação baixa, quando as instituições precisarão de mais dinheiro à disposição dos clientes.
Estagiários
Calliari disse ontem que, além do fechamento de agências, o BB poderá demitir parte dos 20 mil estagiários que emprega.
A lei eleitoral proíbe a demissão dos demais servidores até seis meses antes das votações.
Segundo Calliari, as agências a serem fechadas já estão sofrendo cortes de gastos. Com a extinção dessas unidades, cerca de 1.100 funcionários serão remanejados para outras cidades.
O programa apresentado representa pouco diante da estrutura do BB, que possui cerca de 5.000 agências e 125 mil funcionários no país e no exterior.
Calliari disse que o Banco do Brasil também está se preparando para manter mais recursos à disposição do público. O banco está concentrando suas operações no curto prazo, para reaver o dinheiro de forma imediata.
Segundo ele, ser reduzida a inadimplência de seus devedores, especialmente do setor rural. Hoje os agricultores devem US$ 1,7 bilhão em atraso ao BB, ou 17% do total de empréstimos ao setor.
A mesma promessa tem sido feita por Calliari nos últimos dois anos, em que não houve queda significativa da inadimplência.
Nos bancos privados, o índice de empréstimos em atraso não chega a atingir 4% do total.

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