São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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Berlusconi promete democracia
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O novo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, apresentou ontem seu programa de governo ao Senado.Em uma tentativa de combater as críticas contra a participação de neofascistas no governo, o magnata da mídia se disse comprometido com a democracia. Berlusconi disse que seu objetivo é o fortalecimento do livre mercado. Ele prometeu reduzir os impostos, acelerar as privatizações, criar novos empregos e combater a corrupção na vida política. Em seu discurso, Berlusconi anunciou seis medidas para os primeiros cem dias de governo. Entre elas estão a redução dos impostos para as empresas que criarem postos de trabalho, a redução das formalidades para contratação de assalariados e a simplificação dos contratos de estágio. As medidas prevêem estímulo ao trabalho em tempo parcial. O novo primeiro-ministro defendeu ainda participação ativa da Itália na política internacional. Berlusconi confirmou a fidelidade à Otan (aliança militar ocidental), à União Européia e a acordos de defesa dos direitos humanos. O discurso de Berlusconi foi feito no início de três dias de debates sobre seu programa de governo no Senado. A coalizão governamental está a dez votos da maioria absoluta na câmara alta. Berlusconi, proprietário do segundo grupo privado de comunicações da Europa, lidera coalizão conservadora formada pelo seu partido Força Itália, a autonomista Liga Norte e a Aliança Nacional. Três ministros de seu governo são membros do Movimento Social Italiano, o partido neofascista que lidera a Aliança Nacional. O ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni (Liga Norte), destituiu ontem o prefeito e o chefe de polícia de Vicenza. No sábado, cerca de 300 neonazistas realizaram uma manifestação na cidade. Pouco antes, o ministro do Interior e o chefe nacional de polícia, Vicenzo Parisi, disseram que ainda não haviam tomado medidas contra o prefeito Romano Argenio. O prefeito destituído autorizou a manifestação neonazista nas ruas de Vicenza (norte). Parisi disse que o Ministério do Interior não havia sido informado. }Se tivessem pedido essa autorização a Roma, ela não teria sido dada, afirmou Parisi. Todos os partidos do país repudiaram a manifestação, entre eles a governista Aliança Nacional. Durante a manifestação, foram ouvidos slogans contra a república, a imprensa e a favor }das idéias e do estilo fascista. Cerca de 300 skinheads desfilaram em Vicenza vestindo camisas negras, um dos símbolos do partido fascista de Benito Mussolini. Texto Anterior: Alemanha pede prisão de acusados de racismo Próximo Texto: Cingapura acusa mais um americano; Norte-iemenitas tomam base do sul; Guerrilha mexicana recebe candidato; Inspetores vão hoje à Coréia do Norte; Príncipe Charles visita São Petersburgo; EUA vendem mina de ouro por US$ 10 mil Índice |
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