São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994
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EUA elevam juros para conter inflação

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O banco central dos EUA e os maiores bancos privados americanos elevaram ontem as suas principais taxas de juro.
A ação resultou em uma alta imediata dos juros pagos por milhares de americanos que estão comprando imóveis, carros e produtos financiados.
A Bolsa de Valores de Nova York oscilou fortemente ontem, mas fechou em alta, sinalizando a confiança dos investidores de que o juro maior vai apenas controlar a inflação e não esfriar a economia.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York subiu 49,11 pontos, fechando em 3.720,61 pontos.
Para países considerados "emergentes" como o Brasil, a alta dos juros nos EUA deve significar menos investimentos externos nas Bolsas de Valores.
O Fed, o banco central dos EUA, aumentou duas taxas: a de redesconto, que sinaliza o custo do dinheiro que empresta a curto prazo para os bancos, subiu de 3% para 3,5%, e a taxa para os fundos federais, usada nas operações interbancárias de um dia, aumentou de 3,75% para 4,25%.
O aumento na taxa de redesconto foi o primeiro desde fevereiro de 1989. Antes da alta de ontem, o Fed vinha reduzindo a taxa desde o final 90 para tentar tirar o país da recessão.
Alan Greenspan, presidente do Fed, disse que a alta não deve esfriar a economia, mas apenas conter a inflação.
O setor de construção civil americano anunciou ontem uma estimativa de redução de 3,6% na previsão de negócios este ano como resultado da ação do Fed de ontem.
Os principais bancos privados também anunciaram uma elevação de 6,75% para 7,25% na "prime rate", a principal taxa de juro nos EUA que baliza o custo do dinheiro em empréstimos para empresas e pessoas físicas.
O aumento dos juros nos EUA também faz parte de uma ação maior para sustentar as cotações do dólar no mercado internacional, que vêm caindo sistematicamente há semanas.
Ontem a moeda norte-americana voltou a fechar em baixa frente às de outros países. A expectativa para hoje é de alta.
O juro maior nos Estados Unidos deve atrair investidores para as aplicações denominadas em dólar. As aplicações de investidores americanos nas Bolsas de outros países devem diminuir.

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