São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994
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Pesquisa mostra aluguéis iniciais caros

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os inquilinos que se "assustarem" com o novo valor da locação, resultado da conversão pela URV, só devem encontrar opções ainda mais caras entre a restrita oferta de imóveis hoje para alugar.
O valor médio do aluguel para apartamentos com três quartos em Moema (zona sul de SP), por exemplo, é de 1.338,7 URVs –o equivalente a CR$ 2,12 milhões (veja quadro acima).
O dado é de uma pesquisa do Datafolha, feita na primeira semana de maio com 20 imobiliárias da cidade de São Paulo.
Para despender mais do que CR$ 2 milhões com aluguel, a renda familiar deve superar CR$ 6 milhões (considerando-se um comprometimento da renda de cerca de 30% com a despesa de locação).
Uma parcela muito pequena das pessoas que precisam alugar tem essa renda mensal. Mesmo os imóveis menores estão com preços "salgados".
Apartamentos de um quarto nos Jardins ou no Ibirapuera (zona oeste de SP) têm preço médio de 383,3 URVs (aproximadamente CR$ 608 mil).
As imobiliárias culpam a oferta restrita pelo exagero nos preços. Atualmente na cidade de São Paulo há cerca de 3.500 unidades disponíveis para locação.
O número é de pesquisa da Aabic-SP (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios).
Representantes do setor afirmam que seria necessário pelo menos uma oferta de 7.000 unidades em São Paulo para que os preços se estabilizassem.
Com a criação da URV, em março, esses mesmos representantes diziam que a expectativa era de que os preços caíssem e de que a oferta fosse ampliada.
Isso deveria acontecer porque que os novos aluguéis (em URV) teriam correção mensal do valor em cruzeiros reais. Mas não foi o que ocorreu.
Os aluguéis iniciais continuam superestimados, embora não haja mais a justificativa de que é preciso "engordar" o valor inicial para se proteger da inflação futura.

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