São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Vicentinho acredita na união de centrais

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, acredita que é possível a unificação das três maiores centrais sindicais no país: CUT, Força Sindical e Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT).
Ele será eleito presidente da CUT no seu 5.º Congresso Nacional, que começa hoje e vai até o dia 22, em São Paulo.
"Os empresários têm apenas uma central nacional e eu vou trabalhar para que tenhamos um movimento sindical totalmente unificado no país" disse Vicentinho.
Segundo ele, "quem está me elegendo sabe que eu acredito na negociação, inclusive com outros sindicalistas".
Para Vicentinho, o presidente da CGT, Canindé Pegado, vem tendo posições próximas às da CUT.
Já na Força Sindical, segundo ele, a idéia seria discutir a possibilidade de uma unificação com alguns setores, "sem o Medeiros (Luiz Antonio de Medeiros, presidente da Força Sindical), é claro".
Dirigentes da Força Sindical demonstraram mais simpatia por Vicentinho do que pelo atual presidente da CUT, Jair Meneguelli.
"O Vicentinho tem mais condições de aproximar o movimento sindical do que o Meneguelli. Ele é mais simpático e maleável", disse Francisco Cardoso Filho, o Chicão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e filiado à Força Sindical.
Para Cláudio Camargo Crê, o Magrão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e também membro da Força Sindical, a união das centrais seria "sem dúvida alguma um fato espetacular".
Para ele, o problema está na falta de amadurecimento político dos dirigentes. "Na minha opinião, a unificação aconteceria hoje".
Medeiros é virtual candidato a governador do Estado de São Paulo pelo PP. Já Magrão e Chicão são filiados ao PMDB.
Chicão, no último Congresso da Força Sindical, em setembro de 93, deixou a direção da central por divergências com Medeiros.
"Eu tinha só um problema com ele: quando ele dava entrevistas em jornais ou TV e não consultava a direção da Força", disse.
Procurado, Medeiros não retornou à ligação da Folha. Pegado estava em Brasília ontem e não foi encontrado.

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