São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Fazenda recua sobre o congelamento da Ufir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após ter anunciado que a Ufir (Unidade Fiscal de Referência) seria mantida e congelada temporiamente com a implantação do real, o governo voltou atrás e disse ontem que nada está definido sobre a indexação dos impostos.
"Esse é um ponto da fase 3 do plano de estabilização sobre o qual ainda não existe qualquer decisão. É um assunto em discussão que sequer foi submetido ao ministro (da Fazenda, Rubens Ricupero", disse ontem o ontem o chefe de gabinete do ministro, Sérgio Amaral.
As definições sobre os aluguéis, mensalidades escolares e planos de saúde "sairão todas a seu tempo", disse ontem o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Clóvis Carvalho. Conforme o assessor Sérgio Amaral, ainda não há decisão final sobre as três questões.
O ministro Ricupero declarou na última segunda-feira que havia a intenção de congelar –e não de extinguir a Ufir– a partir de julho.
O diretor de assuntos internacionais do Banco Central e um dos principais elaboradores do Plano Real, Gustavo Franco, chegou a dizer que o congelamento seria por dois meses, em princípio.
Usando a palavra "diferenças", Sérgio Amaral reconheceu que há divergências na equipe econômica em relação à Ufir.
"É claro que a Receita vê a questão sob o ponto de vista da arrecadação. Mas há também o ponto de vista da estabilização. Essas diferenças estão sendo conciliadas", afirmou.
A manutenção de um indexador para os impostos interessa à Receita pois garantiria que a arrecadação não fosse corroída pela inflação caso ela volte a subir após o real.
Pode também pesar negativamente na confiança da sociedade em relação ao plano. Isso porque poderia ser entendida como falta de confiança do próprio governo.

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