São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Fraudes nos hospitais; Qualidade total; Imparcialidade; Ditaduras; Greves; O resultado das prévias; Troca na Williams; Em defesa de Piquet

Fraudes nos hospitais
"O artigo assinado pelo jornalista Gilberto Dimenstein em sua coluna de ontem reflete, em parte, a nossa preocupação. O desvio e a má utilização das parcas verbas públicas destinadas ao atendimento de saúde da população são os grandes responsáveis pelo caos em que o sistema público de saúde mergulhou. Saudamos a iniciativa e a coragem do ministro da Saúde em querer apurar e acabar com esses desmandos. Porém, não admitimos a generalização, que levaria a supor que todos os hospitais –públicos ou privados– fraudam os cofres do governo e praticam verdadeiro `genocídio' na ânsia de faturar mais. O Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo, que congrega as instituições privadas (conveniadas ou não ao SUS) tem o maior interesse na moralização do sistema, com a exclusão daqueles que não respeitam o dinheiro público e a vida das pessoas. Até porque, com o fim das fraudes, certamente teremos mais recursos para melhor atender o usuário. Desejamos, também, que o mesmo empenho verificado na avaliação dos hospitais privados seja aplicado aos estabelecimentos pertencentes à rede pública. E que os responsáveis sejam punidos."
Dante Montagnana, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas, Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Qualidade total
"A Câmara Municipal de Santos, em sessão realizada dia 18/04, aprovou requerimento de autoria do edil dr. Tomas Soderberg, apresentando as congratulações da edilidade santista à direção da Folha, pela publicação dos fascículos Qualidade Total, pois realmente representa uma nova cultura a ser introduzida."
Maria Lúcia Prandi, presidente da Câmara Municipal de Santos (Santos, SP)

Imparcialidade
"Torna-se visível que parte da imprensa já escolheu seu candidato. A Folha, o `Jornal da Manchete', Ancelmo Góis (`Veja') etc. optaram pelo Lula. É só acompanhar o espaço dado a cada candidato. Pior: o espaço dado ao candidato do PSDB, FHC, é preenchido sistematicamente com críticas, dúvidas, comentários maldosos, com conotação negativa. Imparcialidade é o mínimo que se espera da imprensa."
Marilene Fernandes (São Paulo, SP)

"A imprensa (de modo especial a Folha), tem dedicado grande espaço e destaque para criticar (e tentar torpedear) o acordo PSDB-PFL, alegando divergências ideológicas, programáticas etc. entre estes partidos. Todavia, nem uma linha (salvo rápido PS na coluna do Dimenstein), sobre os acordos firmados ou desejados pelo PT e pelo seu eterno candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo do PT com o PC do B demonstra uma aliança com o que há de mais retrógrado em termos de teoria política, ideologia e regime político. Fico perplexo com o comportamento e a posição da imprensa: o PSDB não pode fazer acordos com o PFL, mas o PT faz com quem deseja, sem contestação? Realmente a imprensa (muito especialmente os articulistas da Folha) é absolutamente complacente com as contradições e incoerências do PT."
Márcio Cruz (São Paulo, SP)

Ditaduras
"Em artigo, nesta Folha, ACM critica o opositor de FHC nas próximas eleições. Diz que as forças políticas que apóiam Lula não têm compromissos com a democracia, são apoiadas em uma ideologia que não respeita os direitos humanos e que, em experiências de governos que tiveram pelo mundo, estimularam a miséria e a fome. Fico feliz em saber que muitos integrantes do PFL (se não todos) não apoiaram o período de governo militar no Brasil, período este que não cerceou a liberdade do povo brasileiro e não criou as bases para a miséria chocante que vemos hoje no país."
Laudicéia Machea (São Paulo, SP)

Greves
"Tudo bem que a Folha tenha posição contrária às greves, mas não agridam os fatos e a inteligência dos leitores. Dizer que a maioria dos paulistanos acha que as greves têm objetivos eleitorais, quando, segundo sua própria pesquisa, 32% consideram que os salários estão baixos e 19% que o Plano FHC piorou suas vidas, é não saber somar e não querer ver que a maioria da população não suporta mais o arrocho a que está sendo submetida."
Carlos Zarattini (São Paulo, SP)

O resultado das prévias
"Não dá para aceitar as interpretações da Folha (e também de `O Estado de S. Paulo') sobre os resultados da prévia do PMDB que consagraram Orestes Quércia como seu candidato à Presidência. A Folha fala de `reprovação de dois terços'. A prévia foi realizada em 27 Estados; dela participam todos os vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, delegados às convenções estaduais, à Convenção Nacional e os membros dos diretórios estaduais. Tiveram que se deslocar dos cerca de 5.000 municípios brasileiros de 27 capitais, num mesmo dia e por seus próprios meios! Metade deles o fizeram."
Henrique B. Veltman (São Paulo, SP)

Troca na Williams
"Lamento os comentários sobre a ida, precipitada e insensível, de Rubens Barrichello para a Williams. O Ayrton será sempre insubstituível."
Washington Melo (São Paulo, SP)

Em defesa de Piquet
"Muitas pessoas vêm criticando Nélson Piquet pelas suas manifestações em programas de televisão (`Roda Viva' e `Cara a Cara'). Ninguém é obrigado a gostar do estilo de Nélson Piquet, mas acredito que todos devem, no mínimo, reconhecer que, assim como Ayrton, Nélson trouxe ao Brasil três campeonatos mundiais e enobreceu nosso país nas pistas de todo o mundo. Piquet, ao contrário do que muitos pensam, qualificou a morte de Senna como `uma perda irreparável para a F-1'. Se, nas entrevistas, falou num estilo agressivo, não criticou Senna. Simplesmente explicou tecnicamente algumas questões relacionadas à segurança no automobilismo, com a autoridade de um tricampeão mundial."
Rogério Gandra Martins (São Paulo, SP)

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