São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Centro cultural substitui `faixa da morte'

STEPHEN KINZER
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

A queda do muro dinamizou muito a vida cultural de Berlim. As influências estrangeiras estão presentes por todos lados e Berlim se despiu de boa parte do provincianismo que a marcou durante os anos da Guerra Fria.
Talvez o melhor exemplo desta transição seja o Potsdamer Platz, que já foi o cruzamento viário mais cheio da Europa.
Devastado pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, transformou-se até poucos anos atrás num imenso terreno baldio, parte da fortemente vigiada "faixa da morte" que separava o lado oriental do ocidental.
Agora Potsdamer Platz é um espaço aberto que está prestes a se transformar no maior canteiro de obras do continente europeu.
Até o final da década terá se tornado uma cidade dentro de uma cidade –um complexo ultramoderno de altos edifícios abrigando sedes de empresas, prédios de apartamentos, parques, lojas e teatros.
As grandes instituições culturais que tornaram Berlim famosa mantiveram suas reputações de primeira classe mundial.
A rainha inconteste delas é a Filarmônica de Berlim, que se apresenta numa espetacular salão hexagonal projetado por Hans Scharoun na década de 60.
Outra jóia da coroa cultural de Berlim é o Staatsoper (a ópera da cidade), na avenida Unter den Linden. Os ingressos custam entre US$ 4 (CR$ 6.012,00) e US$ 60 (CR$ 90,2 mil) –telefone 0049-30-203540.
Saindo-se dos caminhos mais frequentados da cidade, podem-se captar imagens caleidoscópicas da vida interior de Berlim.
O vibrante "cenário alternativo" pode ser saboreado em duas ruas de nome semelhante, em lados opostos da cidade: a Oranienstrasse, no lado ocidental, perto da estação de metrô Kottbusser Tor, no bairro de Kreuzberg, repleta de livrarias, estúdios de arte e cafés, e a Oranienburger Strasse, no lado oriental, 800 metros ao norte da estação Friedrichstrasse.
As atrações da rua incluem o centro cultural multimídia Tacheles, nos números 53 a 56, e a recém-restaurada sinagoga, no número 29, resplandecente com sua cúpula embutida de ouro.
Mais distante ainda dos locais normalmente frequentados por turistas fica o bairro rico em tradições de Kõpenickhood.
Pode-se chegar até lá pegando o S-Bahn (trem elevado) até a estação Kõpenick e atravessando o parque a pé, passando pela antiga prefeitura e chegando à ilha onde fica um castelo do século 17.
O derradeiro trecho remanescente do Muro de Berlim fica entre duas estações de S-Bahn, a Hauptbahnhof e a Warschauer Strasse.
Artistas do mundo inteiro o decoraram com imagens que representam a liberdade.
Uma maneira barata de ver muitas das atrações de Berlim é tomando uma nova linha de ônibus que segue uma rota que poucos anos atrás teria sido impensável.
O ônibus 100 percorre um caminho em forma de anel, começando pela Zoo Station e passando pelo portão de Brandenburgo, descendo a Unter den Lindem até a Alexanderplatz e depois voltando em direção ao lado ocidental.

Tradução de Clara Allain.

Conversões pelo dólar-turismo a CR$ 1.503,00.

Texto Anterior: Queda do muro tornou a cidade cosmopolita
Próximo Texto: Museu de história antiga é o melhor da cidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.