São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994 |
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Fazenda estuda compulsório
SÔNIA MOSSRI
Essa medida seria temporária e não ultrapassaria o período de 60 dias. A idéia é conter o aumento do consumo restringindo o volume de dinheiro em circulação na economia. A redução da inflação – a Fazenda prevê um índice de 2% já em julho – deve provocar um aumento da procura por moeda. Com taxas baixas, não há necessidade de colocar o dinheiro em aplicações financeiras para protegê-lo da corrosão inflacionária. O depósito compulsório junto ao Banco Central é um mecanismo utilizado pelo governo para reduzir o volume de moeda que circula na economia. Hoje, os bancos são obrigados a depositar no banco Central uma porcentagem dos depósitos à vista (45%). Não existe depósito compulsório sobre as aplicações nos depósitos a prazo (CDBs e RDBs, por exemplo). A proposta em análise pela Fazenda mantém a porcentagem de 45% sobre o estoque de cruzeiros reais dos depósitos à vista antes da implantação da nova moeda. A partir de 1.º de julho, o volume adicional de moeda que for depositado nos bancos seria integralmente recolhido junto ao Banco Central. Ainda existem divergências na equipe com relação à adoção desse instrumento para a poupança e os depósitos à prazo. Os parâmetros para a emissão do real ainda não estão definidos. Nos últimos dias, a Fazenda começou a examinar uma nova proposta, que combina a entrada de capital nas reservas cambiais com o resgate de títulos da dívida pública. Nos primeiros dois meses do real, o Banco Central emitiria R$ 1 para cada US$ 1 que entrasse na conta das reservas cambiais. Como isso implicaria aumento de moeda circulante na economia, o Banco Central passaria a resgatar títulos da dívida mobiliária federal, enxugando o volume do real. Numa segunda etapa, na qual o câmbio estaria mais congelado, o Banco Central passaria a trabalhar com metas de emissão de moeda, chegando, inclusive, a anunciar o volume que colocaria no mercado. Os critérios para emissão do real são estudados pelo presidente do Banco Central, Pedro Malan, pelo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Gustavo Franco, e pelo assessor especial da Fazenda, Edmar Bacha. Texto Anterior: Equipe não se entende sobre medidas Próximo Texto: Congresso aprova MP do plano econômico Índice |
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