Folha de S.Paulo - Com o PMDB, pelo Brasil

São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994

Com o PMDB, pelo Brasil

ORESTES QUÉRCIA

Neste domingo, em Brasília, o PMDB, dando mais uma prova de vigor democrático, vai consagrar uma candidatura à Presidência da República que nasceu da maior convenção partidária da história política do Brasil.
Nunca houve, em nossos registros políticos, uma consulta a mais de 20 mil delegados do partido em todo o país. A maciça preferência pelo meu nome mostra que represento nacionalmente os anseios dos quadros peemedebistas e o desejo de mudança de nossos militantes em cada Estado da Federação.
Esta vitória democrática se deve ao fato de o meu nome ser o mais bem aceito pelo maior partido do país e também decorre do governo moderno e extremamente bem-sucedido, largamente aprovado pela população, que realizei no mais complexo Estado brasileiro.
A minha vitória na Convenção do PMDB não é produto de mágicas eleitoreiras, mas sim o desdobramento natural de minha trajetória e da história do partido.
Fui e sou um homem de partido, que só disputou cargos por eleições diretas e em permanente contato com a base do poder e da vida nacional, o município. De prefeito de Campinas a senador da República, de deputado a governador de São Paulo, minha carreira foi feita exclusivamente pelo voto direto.
Sempre demonstrei lealdade ao partido e aos companheiros peemedebistas, coerência permanente em favor dos municípios e lutei com denodo pela descentralização administrativa, a única forma de dotar o município de capacidade de ação na defesa do cidadão.
Meu nome foi inequivocamente escolhido como o que melhor representa o PMDB porque sou um antigo soldado do partido. Ajudei a fundar e a construir o partido durante o regime autoritário, nas condições mais adversas. Um tempo em que ser oposicionista exigia coragem cívica e física. Fácil era estar ao lado do poderoso de plantão, gozando as benesses do poder.
A prévia demonstrou que os companheiros consideram que eu sou a solução dentro do PMDB e para o PMDB. E o PMDB, neste momento dramático de nossa história, é a solução para o Brasil vencer a estagnação econômica e entrar em um período de desenvolvimento acelerado.
Nosso povo não pode mais esperar por uma era de abundância e aumento da oferta de empregos. Vamos dar um basta às medidas paliativas, meras expressões de pactos de elites desligadas das aflições da população.
A minha candidatura não é produto de acertos de cúpula ou imposição de grupos econômicos ou ideológicos. O PMDB vai consagrar a decisão das pessoas que constituem a alma, a força e a energia do partido, presentes em todos os municípios de nosso imenso país.
Pretendo ser presidente da República para implantar o projeto nacional de desenvolvimento do PMDB, que venho coordenando ao lado de especialistas das mais diversas áreas, políticos, lideranças municipais, militantes peemedebistas, intelectuais, sindicalistas, representantes da iniciativa privada.
Nosso ponto de partida contraria a totalidade das propostas colocadas para a sociedade pelos outros candidatos: acreditamos que a retomada do crescimento deve ser simultânea à busca da estabilidade econômica. O desenvolvimento será a linha mestra a dirigir todas as políticas públicas de meu governo.
As diretrizes do programa do PMDB estão delineadas em políticas públicas de busca de competitividade tanto no mercado interno quanto no mercado externo, no contexto da economia globalizada.
Para nós, o desenvolvimento deve ser regionalizado; cada região do país deve ser encarada não como um problema, mas como parte da solução de nossas dificuldades.
Poremos em prática medidas imediatas para a criação de novos empregos, seja através da expansão da agroindústria e da agricultura, seja por intermédio de programas de apoio ao produtor rural, de incentivo ao cooperativismo, de assentamento agrário, de amparo às pequenas cidades, de fomento à criação de pequenas e médias empresas, de atração do capital estrangeiro.
Neste quadro, o PMDB vai, finalmente, chegar ao poder, depois de ter sido a mola propulsora da redemocratização do Brasil. O país exige e merece um governo que se empenhe vigorosamente para satisfazer suas esperanças de dias melhores. Esse será o nosso governo.

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