São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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Desapropriada reclama do valor da indenização
VICTOR AGOSTINHO
Os dois quartos da casa são divididos com suas quatro filhas e os três netos, que ajudam a manter o imóvel. A desapropriação desestruturou a vida de Nilza. "A prefeitura está quase entrando aqui e eu ainda não sei o que vou fazer", disse preocupada. Nilza conta que a família toda está procurando casas para comprar na região, mas que os preços estão muito altos. "Já vi casas na Vila Madalena e aqui em Pinheiros. Sem condições. Tudo na faixa de US$ 85 mil a US$ 100 mil", afirmou. Nilza não sabe quanto vale seu imóvel, mas gostaria de receber por ela US$ 100 mil. Deixou escapar que "deve vir uns US$ 60 mil" pela desapropriação. "Só em Taboão da Serra (15 km a sudoeste de São Paulo) eu pude ver casas que custam US$ 60 mil. Eu não quero ir para lá." A psicóloga Marina Catunda Garcia de Abreu, 53, afirma que não quer nem pensar na hipótese de sair de sua casa de 100 m2 e dois dormitórios na rua Cassiano da Silva Passos, no trecho do Itaim. "Não quero sair, não quero a avenida, não quero que a prefeitura mude o perfil deste bairro, que tem muitas casinhas. Vou batalhar muito para ficar na minha casa", promete Marina. "Eles não tinham nenhum documento ou identificação que desse o direito de entrar na minha casa. Não deixei ninguém entrar, não, mas fui até a prefeitura conversar com os engenheiros". Na prefeitura, Marina conta que os engenheiros disseram que estão se preparando para iniciar as obras no trecho do Itaim em mais cerca de três meses. "Não acredito nisso. A prefeitura ainda não conseguiu retirar nem o pessoal de Pinheiros. Não pode ser tão rápido assim", disse. (VA) Texto Anterior: Morador quer fim de `drama' que começou em 68 Próximo Texto: Valorização imobiliária pode atingir até 400% Índice |
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