São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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Aluno vira médico sem diploma no Juquery
DANIEL CASTRO
Alunos de medicina, de acordo com o Código de Ética Médica, não podem atuar em hospitais sem a supervisão de professores. O caso do Juquery não é apenas um problema de ética. Sem os estudantes, os doentes podem ficar sem atendimento, devido à falta de médicos (déficit de 40%). Desde 88, o pronto-socorro está emprestado pelo governo estadual à Faculdade de Medicina de Jundiaí, autarquia da prefeitura da cidade (60 km a noroeste de SP). Pelo acordo, a faculdade deveria manter professores no hospital, junto com os alunos. O Estado deveria contratar médicos para garantir o atendimento. Segundo estudantes, os professores de cirurgia geral, ortopedia, anestesia e clínica médica raramente comparecem ao Juquery. O diretor-geral da faculdade, Jalma Jurado, diz que está "tentando contornar a situação, que já esteve pior". Segundo ele, faltam recursos para manter professores em tempo integral no Juquery. Os estudantes atendem de 300 a 400 pacientes por dia. Eles fazem diagnósticos e primeiros socorros. Os médicos residentes (recém-formados) se encarregam dos casos mais graves, como pequenas cirurgias, e orientam os alunos. Os médicos contratados pelo Estado só atendem os casos que os residentes não resolvem, como cirurgias. Não há registro de erros cometidos por estudantes. Texto Anterior: A condenada Próximo Texto: Plantonista dorme no PS Índice |
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