São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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Massachusetts Institute of Technology traz executivos à América Latina
ANA ASTIZ
Como resultado, 50 profissionais de 19 nacionalidades da turma de 93-94 do Sloan Fellows Program estiveram em São Paulo na semana passada, vindos do Chile e Argentina e a caminho do México. Encontraram-se com empresários, economistas e políticos brasileiros. Susan Lowance, diretora do Sloan Fellows Program, falou sobre as principais características do programa, que terá a participação de só um profissional brasileiro na edição 94-95. Leia a seguir os principais trechos da entrevista: Folha - O que é o Sloan Fellows Program (SFP)? Susan Lowance - É um programa de alto prestígio, para executivos em meio de carreira, financiados por suas empresas. Eles estudam em Cambridge, sede do MIT (EUA), durante 12 meses. Além do curso, há viagens: Washington, Nova York e uma internacional, de três semanas. Pela primeira vez visitamos a América Latina. Fomos inspirados pelas grandes mudanças econômicas que estão ocorrendo na região e pela estabilização dos governos. No ano passado visitamos China, Taiwan e Cingapura. Folha - Qual a impressão dos participantes até agora? Susan - Estão impactados pelas diferenças muito marcantes entre os países. Estamos levando de volta toda essa informação. Folha - Como é o dia típico de um executivo do SFP? Susan - É quase um dia e meio em cada dia. Há três semestres com aulas de manhã e à tarde, com muito estudo em casa e trabalho de grupo, porque é assim que as empresas estão organizadas. Folha - Quais são os principais assuntos do programa? Susan - Micro e macroeconomia, contabilidade, métodos quantitativos, estratégia, finanças, administração internacional, sistemas organizacionais, técnicas de negociação, marketing. Este ano estamos focando também o trabalho de equipes transnacionais. Eles escolhem também matérias de acordo com seus interesses específicos. O MIT é muito conceituado nas áreas de finanças, tecnologia da informação e administração internacional. Folha - A capacidade de trabalhar em um ambiente internacional e multicultural é uma necessidade para as organizações hoje. Como o SFP analisa essa realidade? Susan - As empresas nos pedem que ensinemos os executivos a trabalhar em equipes. Querem que eles aprendam a se comunicar bem, a desenvolver confiança e a conduzir processos decisórios em equipes com pessoas de várias nacionalidades. Por isso a experiência de aprendizado ocorre em equipes, assessoradas por especialistas em comportamento humano. Trabalhamos esses aspectos porque os atritos podem surgir a qualquer hora. Folha - Como a sra. descreveria o executivo que as empresas buscarão cada vez mais daqui em diante? Susan - Se eu tivesse que usar duas palavras para descrever essa pessoa eu diria que ela terá que ser muito adaptável e muito flexível. O mundo está mudando muito rápido e as organizações estão mudando suas estruturas. Em vez do modelo empresarial altamente verticalizado e especializado, vemos equipes e grupos de trabalho desenvolvendo muitas maneiras de responder com rapidez às turbulências do ambiente. O executivo tem que ser capaz de operar dessa maneira. Precisa falar diversas linguagens funcionais. Não se pode mais construir uma carreira falando somente a linguagem das finanças ou do marketing. O mesmo vale para o aspecto cultural. Quem dominar vários idiomas será trabalhará melhor. Essas são as características dos profissionais que conseguirão as melhores posições no futuro. Texto Anterior: Pousada no Pantanal recruta guias para trabalhar de julho a setembro Próximo Texto: Uso de heroína por funcionários preocupa empresas de Wall Street Índice |
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