São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Organizar feira de livros garante alto lucro

CARMEN BARCELLOS

Falta de dinheiro para abrir uma livraria não é obstáculo para quem quer entrar no ramo. É possível optar por um negócio mais barato e lucrativo: a realização de feiras de livros em escolas.
O investimento inicial é baixo. "Bastam um carro e um telefone para contatos com escolas e editoras e espaço para armazenar os livros", afirma a psicóloga Maria Angela Aranha, 42.
Maria e a professora Denise Bianchi, 43, são donas da Casa de Livros, que organiza feiras em colégios há oito anos.
Segundo Maria, são essenciais o gosto pela leitura e a disposição para trabalhar em fins-de-semana.
Os livros podem ser obtidos por consignação junto às editoras, que costumam dar de 30% a 40% de desconto.
Para a formação de um acervo básico, Maria calcula que são necessários US$ 2.000.
A Casa de Livros organiza cem feiras por ano para os públicos infantil e infanto-juvenil.
Em meses de pico, como maio e setembro, fazem cinco feiras por semana. Cada uma rende CR$ 600 mil líquidos. Colégios particulares são os maiores clientes.
Marcia Dias, 26, dona do Clube de Leitura, estava desempregada quando optou pelas feiras, há um ano e meio.
"Eu tinha a experiência de trabalho numa editora e um carro, e meu namorado tinha o telefone. Nos associamos e iniciamos o trabalho", diz.
Márcia contabiliza 15 escolas entre os clientes fixos e faz de três a oito feiras por mês. "Ganhamos de CR$ 300 mil a CR$ 600 mil por feira", diz.
As psicólogas Ordália Freitas, 58, e Marta Marioni, 36, donas da História Sem Fim, começaram com livros infantis e este ano especializaram-se em psicologia.
"Fazemos até oito feiras por mês em cursos de especialização de psicologia", conta Ordália, que calcula um rendimento mensal líquido de CR$ 5 milhões.

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