São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Morte de juiz italiano que condenou 350 mafiosos completa dois anos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Autoridades e a população de Palermo participaram ontem de homenagens ao juiz Giovanni Falcone, morto há dois anos.
Falcone, sua mulher e três policiais morreram em um atentado à bomba. O juiz ficou famoso depois de condenar à prisão cerca de 350 mafiosos em 1987.
Magistrados querem que o chefe mafioso Salvatore Riina e mais 36 acusados sejam julgados pelo atentado. Riina foi preso ano passado.
O sucesso do caso deveu-se principalmente ao depoimento do mafioso Tommaso Buscceta, preso em São Paulo, que quebrou o código de honra da organização e delatou vários colegas.
O novo governo da Itália, liderado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, quer que a legitimidade dos depoimentos de ex-mafiosos seja previamente analisada pelo promotor-chefe das operações anti-máfia.
Atualmente, magistrados e polícia têm acesso privado aos informantes.
A proposta foi feita no fim-de-semana pelo ministro da Justiça, Alfredo Biondi, e recebeu críticas da oposição.
"Se a discussão que temos agora sobre a máfia tivesse vindo à tona na época do terrorismo, nós provavelmente ainda teríamos as Brigadas Vermelhas", disse Luciano Violante, deputado e ex-chefe da comissão anti-máfia.
O ex-primeiro-ministro Betino Craxi apelou ontem de uma decisão da Justiça, que exige que ele devolva seu passaporte.
Craxi, que foi primeiro-ministro entre 1983 e 1987, é acusado de corrupção e está na Tunísia. Autoridades da Itália temem que ele possa fugir.

Texto Anterior: Ex-nazistas fazem visita à Normandia
Próximo Texto: EUA levam Palma de Ouro em Cannes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.