São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994 |
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Médicos discutem doenças sexuais
FERNANDO ROSSETTI
Uma DST que cause algum tipo de ferida na região vaginal –herpes, por exemplo– aumenta em até seis vezes a chance da mulher ser contaminada com o HIV. "Há diversos problemas de que antes não se sabia a causa –como dor crônica, gravidez nas trompas, infertilidade– que hoje estão claramente relacionadas a DSTs", diz o pesquisador sueco Per Anders Mardh. Ele está participando do Simpósio Internacional em DSTs e Aids, iniciado ontem e que termina hoje em São Paulo. A clamídia (ou Chlamydia trachomatis, na nomenclatura científica) "é uma das piores bactérias atualmente e tem atingido muitos adolescentes", afirma Iara Moreno Linhares, coordenadora do simpósio. Essa doença cria uma infecção sem sintomas no colo do útero e pode atingir as trompas. "A clamídia aumenta de três a quatro vezes a chance de contágio do HIV", diz Mardh. Uma das "estrelas" mundiais na área de ginecologia, o sueco desenvolveu o conceito de "ecossistema vaginal". Como no sistema digestivo, a vagina também teria uma série de microorganismos importantes para seu funcionamento. "Esses microorganismos fazem parte, inclusive, do sistema de defesa contra outros microorganismos prejudiciais", afirma José Aristodemo Pinotti, que preside o simpósio. A idéia é cuidar do equilíbrio desse ecossistema para que a mulher esteja menos sujeita à instalação de DSTs. Quando ele está em desequilíbrio, a mulher pode até ter uma infecção endógena (sem uma causa externa). Mardh diz, no entanto, que "não é a sexualidade que é o problema" –embora também afirme que a promiscuidade aumenta a incidência de DSTs. "Não se pega qualquer coisa do nada", acrescenta, referindo-se ao sexo entre pessoas saudáveis. "Isso é importante, porque a discussão sobre DSTs está levando ao medo sexual." Texto Anterior: Condenado por abuso pede para ser castrado Próximo Texto: Petrobrás recebe multa no valor de 1,5 maço de cigarro por vazamento Índice |
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